O processo de envelhecimento é um fenômeno complexo que leva o organismo a várias mudanças, afetando sua integridade e resultando em patologias crônicas, comprometendo a saúde e a qualidade de vida nos idosos. Os animais suplementados com frutose são utilizados como um modelo experimental para a indução de resistência à insulina. O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos metabólicos e os níveis de estresse oxidativo/ nitrosativo no rim de ratas senescentes com alta ingesta de frutose. Os animais foram alocados em 4 grupos, respectivamente, jovens controle (J), idosos controle (I), jovens frutose (JF) e idosos frutose (IF). Os grupos J e I receberam água e grupos JF e IF receberam frutose (100g / L), ambos ad libitum. Após 12 semanas de suplementação com alta dose de frutose, os animais foram sacrificados para coleta do rim, sangue, tecido adiposo abdominal e aorta torácica. O sangue foi centrifugado e o soro obtido para avaliar perfil lipídico, função renal, espécies reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) e óxido nítrico (NO). O tecido renal foi homogeneizado e preparado para as análises de TBARS, NO, enzimas da NO sintase (eNOS e iNOS), nitrotirosina, superóxido dismutase-1, catalase e NF kB p65. A reatividade vascular foi avaliada na aorta torácica dos animais. Os resultados são apresentados como média ± EP, analisados pelo teste estatístico One-way ANOVA com pós-teste de Newman-Keuls ou teste T-Student, quando apropriado; significante para p<0,05. A sobrecarga de frutose causou disfunção metabólica e resistência à insulina, confirmando a eficácia do modelo escolhido. Neste estudo, observou-se ganho de peso corporal nos grupos estudados (exceto no grupo idoso frutose) e aumento da ingestão calórica geral, diurese e tecido adiposo; observamos resistência à insulina, aumento da glicemia de jejum, triglicérides e colesterol nos grupos frutose. Houve também perda de função renal, aumento do estresse oxidativo/ nitrosativo e inflamação, redução de antioxidantes e menor resposta vasodepressora nos grupos estudados, especialmente naqueles que consumiram frutose. Em resumo, nossos dados mostram que o envelhecimento ou a alta ingesta de frutose contribuíram para a piora no perfil metabólico e maior estresse oxidativo/ nitrosativo nos animais, demonstrando que na dose e no período de tratamento com frutose utilizados neste estudo, a frutose não foi capaz de agravar vários aspectos que já estavam alterados pelo envelhecimento. Acreditamos que a alta ingesta de frutose simula a maioria dos efeitos do envelhecimento, e esta compreensão seria útil para prevenir ou minimizar muitas das alterações presente nos idosos.