A assimetria é uma característica intrínseca da face humana e em graus leves passa despercebida ao exame visual. As cabeças da mandíbula podem se apresentar assimétricas em função da idade, sexo, padrão facial, carga funcional, forças oclusais e tipo de oclusão. Estudos têm sido realizados para avaliar tamanho, forma, volume e simetria das cabeças da mandíbula, assim como sua relação com a fossa mandibular. Contudo, ainda não estão plenamente estabelecidos critérios para classificar a assimetria das cabeças da mandíbula. Este estudo avaliou, em uma amostra de exames de tomografia computadorizada por feixe cônico (TCFC), se a forma de verificar a assimetria impacta nos resultados. Foram incluídos no estudo exames por TCFC e fichas clínicas de 72 pacientes maiores de 18 anos em cujos volumes eram completamente visualizadas ambas as articulações temporomandibulares. Um examinador treinado e calibrado realizou mensurações do valor do ângulo que representa a inclinação da cabeça da mandíbula à direita e à esquerda, de suas dimensões nos sentidos mediolateral e anteroposterior, assim como de sua área. Estas foram repetidas após duas semanas. A concordância intraexaminador foi avaliada pelo teste t-Student. Os dados foram inicialmente analisados por meio de estatísticas descritivas, estabelecendo o percentual de indivíduos assimétricos de acordo com o Índice de Assimetria (IA). Para a comparação das mensurações lineares, angulares e de área entre os lados direito e esquerdo, assim como entre os sexos, foi utilizado o teste t-Student para amostras pareadas. Para a comparação entre as faixas de idade utilizou-se Análise de Variância. Para todos os testes realizados o nível de significância foi de 5%. A amostra foi constituída por exames de 47 mulheres (65,28%) e 25 homens (34,72%), com idade média de 55,3 ± 11,4 anos, variando de 21 a 77 anos. Não houve diferença significativa entre os valores das duas medições realizadas pelo examinador. O IA médio foi de 2,81 ± 2,29 para a distância mediolateral, 8,13 ± 6,55 para a distância anteroposterior, 4,43 ± 3,67 para o ângulo e 4,59 ± 3,59 para área. Houve predominância de assimetria não significativa para o diâmetro mediolateral, ângulo e área, assim como de assimetria moderada para o diâmetro anteroposterior. Os resultados do teste t-student para amostras pareadas evidenciaram diferença significativa entre os lados direito e esquerdo apenas para o ângulo, com valores superiores no lado esquerdo. Houve diferença significativa entre os sexos para as medidas de área e diâmetro mediolateral, com valores significativamente maiores para o sexo masculino em ambos os lados. Não houve diferença significativa para nenhuma das medidas avaliadas entre as faixas de idade. Conclui-se que a análise estatística e o índice de Assimetria podem levar a diferentes resultados na análise das dimensões da cabeça da mandíbula em imagens de TCFC em adultos.