O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de citros do mundo. Nos últimos anos, a cultura tem sido ameaçada por diversas doenças, dentre elas o Huanglongbing (HLB), extremamente devastadora para a citricultura no mundo. O HLB é causado por ‘Candidatus Liberibacter’ spp., uma bactéria que coloniza os vasos do floema das plantas e é transmitida por um psilídeo. A doença está presente nas principais regiões produtoras de citros do Brasil, desde 2004, e no Paraná, foi constatada pela primeira vez no município de Altônia, em 2007. A partir desta primeira constatação, medidas de contenção da doença têm sido adotadas, porém, não existem estudos epidemiológicos sobre a doença nas diversas regiões produtoras de citros do estado do Paraná. Neste contexto, torna-se fundamental compreender a distribuição e evolução do HLB no Estado, para se estabelecer as melhores medidas para a sua prevenção e contenção. Neste estudo epidemiológico do HLB foram utilizados dados dos relatórios entregues semestralmente pelos citricultores à Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (ADAPAR), os quais continham informações sobre a incidência e erradicação de plantas doentes das regiões Norte Central e Norte Pioneiro do Paraná, para os anos de 2011 a 2015 e de 2013 a 2014, respectivamente. Na região Norte Central predominam pequenas propriedades com até cinco mil plantas, mas o maior número de plantas cítricas encontra-se distribuídos nas médias propriedades. Em aproximadamente 20 % das propriedades dessa região, a incidência de plantas doentes está acima de 20 %, já as pequenas e médias propriedades apresentam as maiores incidências de plantas com HLB. Na região do Norte Pioneiro também predominam pequenas propriedades e o maior número de plantas cítricas também está em médias propriedades. As maiores incidências da doença foram observadas em pequenas propriedades, porém muito abaixo do observado para o mesmo estrato na região Norte Central. Cerca de 30 % das propriedades apresentaram incidências de plantas doentes no nível de 5 a 10 % e apenas 3 % das propriedades apresentaram incidências acima de 20 % de plantas doentes. Nos pomares dessas duas regiões citrícolas, o tempo para atingir 28 % de incidência de HLB, o índice para eliminação total do talhão, é de 7,9 anos para grandes propriedades e de 2,8 anos para pequenas propriedades, com base no modelo de Gompertz. Já para o modelo Logístico, esses valores foram de cinco anos e 5,4 anos, para pequenas e grandes propriedades, respectivamente. O modelo que melhor se justou aos dados foi o de Gompertz para grandes propriedades.