A cidade contemporânea cresce de modo cada vez mais dinâmico e multifacetado. O
confronto de interesses na produção do espaço promove problemas sociais e espaciais
diversos. Para o desenvolvimento urbano e social adequado, torna-se necessário avançar em
estudos sobre os agentes, ações e suas consequências. Enquanto as metrópoles apresentam
situações espaciais precárias e de baixa urbanidade, o ônus destas estruturas à funcionalidade
e qualidade de vida induz, em parte, ao crescimento acelerado de cidades médias, as quais,
sem devido controle, reproduzem a problemática das metrópoles. Neste contexto, aborda-se
aqui a cidade de Caruaru, localizada na região Agreste do Estado de Pernambuco, que, com
uma população urbana superior a 300.000 habitantes, figura como a maior cidade do interior
do Estado fora da Região Metropolitana do Recife, e se destaca por seus elevados índices de
crescimento. Tendo como foco a análise espacial da cidade e seus desdobramentos a
apropriação social, se utiliza aqui principalmente da Teoria da Sintaxe Espacial, desenvolvida
por Hillier e Hanson (1984). Após contextualização quanto à constituição espacial da cidade
de Caruaru, propõe-se a análise de seu processo de crescimento, tomando como referência do
ano de 2004, em que foi aprovado seu atual Plano Diretor, a 2015, situação atual. A análise da
expansão, desde 2004, sugere problemas dos instrumentos de planejamento urbano então
vigentes, que, caso não sejam revistos, podem se agravar com o tempo. Para evidenciar tal
hipótese, foram simuladas situações de crescimento urbano, seguindo padrões correntes de
crescimento.