A presente pesquisa objetivou refletir como o currículo da educação profissional não
instituiu um habitus para a formação de Sujeitos Ecológicos no Curso Integrado em
Meio Ambiente do Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia da Bahia,
Campus Eunápolis (IFBA-EUN). Justificasse esta negativa, incialmente pela vivência
no local da pesquisa, e comprovada a partir do entrecruzamento da base teórica e
os dados coletados na pesquisa de campo. No decorrer da investigação, adotou-se
como diretriz o conceito de habitus (BOURDIEU, 1972) para delinear o habitus
sujeito ecológico. Outrossim, entender o que é currículo integrado e a
interdisciplinaridade como metodologia, foi um passo essencial para afirmar que é
possível formar este habitus sujeito ecológico a partir do currículo integrado, porém o
habitus tecnicista continua prevalecendo no processo de ensino-aprendizagem da
Educação Profissional. As observações in loco, os questionários estruturados
aplicados ao corpo discente do curso e as entrevistas estruturadas aplicadas a três
docentes que ministram aulas e que atuaram ou atuam como coordenador de curso
possibilitou a coleta de dados que comprovou a hipótese desta pesquisa. Assim
possibilita coligir que as questões ambientais normalmente ficam por conta das
disciplinas técnicas do Curso em Meio Ambiente, e que as mesmas, se ocupam
pontualmente dos conteúdos e/ou de aspectos mais propriamente técnicos.
Também, existem indicativos que o corpo docente das disciplinas do núcleo comum
atua com certa resistência/ desconhecimento no desenvolvimento de atividades
interdisciplinares utilizando-se, entre outras temáticas, a Educação Ambiental como
tema motivador, o que sinaliza um paradoxo. Igualmente, a própria conformação
histórica dos Institutos Federais, que surgiram no intuito de qualificar trabalhadores
através de práticas tecnicistas, que se estendem e legitimam ao ser analisado o
perfil do corpo docente que compõem o professorado do campus Eunápolis,
indicando uma formação linear. É perceptível que as ementas das disciplinas que
compõem a matriz curricular do curso, estão voltadas para a educação profissional,
com o objetivo de inserir este aluno no mundo do trabalho ou na verticalização
acadêmica, deixando para segundo plano, embora explícito no Projeto Pedagógico
Institucional (PPI-IFBA, 2013), a formação pautada no sujeito histórico-crítico isto é,
uma formação para além de técnicos.