O Transplante Hepático (TxH), é o principal tratamento para doenças hepáticas agudas ou crônicas, irreversíveis e progressivas. Devido à crescente elevação dos custos na área da saúde, surgiu a necessidade de aquisição de conhecimentos sobre eles, tendo em vista a racionalização de alocação de recursos e o equilíbrio entre custos e recursos financeiros com a otimização de resultados visando qualidade e eficiência. As primeiras avaliações do TxH começaram em 1990, e foram utilizadas metodologias diferentes em relação aos estudos atuais. Objetivos: Determinar o custo do TxH e as etapas que o compõem, sob a perspectiva de um centro de referência no Sul do Brasil. Pacientes e métodos: Estudo de coorte retrospectivo, avaliados 109 pacientes submetidos ao TxH, desde a internação pré transplante até a alta hospital, incluindo desfechos clínicos, alta, óbito ou retransplante. Resultados: A maioria dos pacientes foi do sexo masculino, com índice de 62,4% e média de idade de 57.5± 9.1 anos, sendo a principal etiologia cirrose por infecção crônica pelo vírus C complicada com hepatocarcinoma (CHC) com 34,9%. A classe funcional hepática mais prevalente foi Child-Turcotte-Pugh (CTP) A, em 67 pacientes (62%). O escore Model for End-Stage Liver Disease (MELD) mais próximo do TxH ocorreu entre 20-25 pontos, e a internação hospitalar foi de 25,1±19 dias. O custo decorrente da atual política gerou um gasto médio de US$ 17.367. O valor do Centro Cirúrgico (CC), dos Custos Especializados Setoriais (CES), da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) representaram, respectivamente, 31,9%, 26,4% e 25,3% do valor total do TxH Conclusão: O custo do TxH está relacionado à severidade da doença hepática, e as complicações decorrentes da doença hepática subjacente relacionadas ao escores CTP e MELD.