Objetivou-se estudar o crescimento dos músculos do peito e dos ossos longos do membro pélvico em codornas europeias e japonesas. No Experimento I foram descritos o crescimento e as taxas de crescimento do peito e dos músculos peitoral e
supracoracoide, seu desenvolvimento morfológico e a qualidade da carne. Foram utilizados embriões com 13 e 15 dias de incubação, pintinhos na eclosão e codornas com 4, 7, 10, 14, 21, 28 e 35 dias (n=60). A qualidade da carne foi avaliada aos 35 dias em machos e fêmeas (n=30), europeias e japonesas. As variáveis foram avaliadas através da equação de Gompertz. As codornas europeias foram mais precoces, em relação à japonesa, com taxa de crescimento máxima aos 16 e 19 dias, respectivamente. Em relação ao crescimento muscular, ambos os tipos de codornas mostraram taxa máxima de crescimento do peito aos 21dias. O músculo supracoracoide apresentou maior taxa de crescimento em relação ao músculo peitoral, embora o músculo peitoral tenha representado maior parte do peso do peito. O diâmetro das fibras musculares dos tipos IIa e IIb, classificadas através da técnica histoquímica Nicotinamida adenina dinucleotídio-Tetrazolio Redutase dos músculos peitoral e supracoracoide de ambas as codornas aumentaram ao longo dos dias de crescimento, demonstrando que os maiores aumentos foram das fibras pertencentes ao músculo peitoral. A frequência das fibras do tipo IIa e IIb, nos músculos peitoral e supracoracoide, diferiram entre as codornas, apresentando comportamento quadrático crescente, em função da idade. A quantidade de fibras do tipo IIb do músculo supracoracoide apresentou interação entre o tipo e a idade, com comportamento quadrático decrescente. Codornas europeias apresentaram maior valor para peso relativo do peito e maior valor de L* (intensidade de luminosidade). As codornas japonesas apresentaram maior valor para a* (intensidade de vermelho), caracterizando músculos mais escuros. Quanto ao sexo, codornas machos apresentaram maior valor de b* (intensidade de amarelo). Para pH e capacidade de retenção de água dos músculos do peito não houve efeito significativo de sexo ou tipo de codornas. No Experimento II, objetivou-se descrever o crescimento e as propriedades morfométricas, biomecânicas, bromatológicas, histológicas e químicas dos ossos longos (fêmur, tibiotarso e tarsometatarso) de codornas europeias e japonesas, do final da incubação até o 35o dia pós-eclosão. Foram utilizados embriões com 13 e 15 dias de incubação, pintinhos na eclosão e codornas com 4, 7, 10, 14, 21, 28 e 35 dias (n=60). Os
ossos foram pesados e submetidos à tomografia computadorizada de feixe cônico para determinação da densidade óssea na escala Housnfield, volume e análises morfométricas de comprimento, espessura e diâmetro da diáfise. Foi determinado o
índice de Seedor, a força de quebra, a área de secção transversal, a matéria mineral e a percentagem de cálcio, fósforo e magnésio. No tibiotarso esquerdo, foi determinada a espessura da cartilagem epifisária. Os valores de peso da ave e peso, comprimento, índice de Seedor, volume e espessura e diâmetro da diáfise dos ossos avaliados e matéria mineral do tibiotarso ajustaram-se às curvas de Gompertz. Para fêmur e tibiotarso as variáveis apresentaram diferenças quanto à taxa e peso a maturidade e período em que a taxa foi máxima, indicando crescimento distinto entre os ossos. Já o tarsometatarso apresentou peso à maturidade diferente. Com a derivada de equação de Gompertz observou-se que, nas codornas europeias, o crescimento do tibiotarso acontece primeiro em relação à espessura da diáfise e, após, em comprimento. O inverso ocorreu em codornas japonesas. Para a densidade óssea, a área de secção transversal houve interação entre os tipos de codornas e a idade, com comportamento cúbico, sendo que em codornas europeias os ossos foram mais densos. A resistência óssea aumentou linearmente no fêmur e tibiotarso e teve comportamento quadrático
crescente no tarsometatarso com a idade. O percentual de magnésio, e a espessura da cartilagem epifisária apresentaram efeito cúbico ao longo da idade. O percentual de cálcio não apresentou diferenças significativas. Conclui-se que codornas possuem desenvolvimento dos músculos do peito distintos e crescimento do osso tarsometatarso similar, no entanto, o fêmur e tibiotarso apresentam maiores diferenças no crescimento, principalmente nos primeiros dias pós-eclosão.