O Brasil dispõe de inúmeras razões para ser apontado como um país essencial para as
reduções globais dos GEE. O país é 4º maior emissor, correspondendo a 4,63% das emissões
mundiais, porém é também um dos cinco países com maior potencial de redução. No que se
refere à sua condição de signatário, o país vem demonstrando, por meio de ações voluntárias,
que está engajado em perfazer o compromisso assumido de reduzir suas emissões para o setor
agropecuário, que corresponde a 37,09% das emissões totais de CO2eq do país. Estratégias
estão sendo adotadas para o país migrar para uma economia com foco nas baixas emissões de
carbono, produzindo com base em tecnologias limpas, processos e métodos que permitam
adequar eficiência e sustentabilidade ambiental. Nas projeções para o cenário Business as
Usual, mantendo a atividade em trajetória constante, as estimativas de emissões para a
pecuária de corte no Mato Grosso do Sul até 2026 são de 2Gt CO2eq. no sistema extensivo;
1,7 no sistema semi intensivo e 1,2Gt CO2eq no sistema intensivo. Neste cenário, contudo, no
que se refere aos parâmetros de investimento para o projeto, todos apresentaram resultados
positivos para a viabilidade do projeto. No entanto, com a implantação de sistemas que
integram o componente arbóreo associado a modelos de sistemas mais eficientes (semiintensivo e intensivo) é possível alcançar custos negativos e um saldo positivo de até 1,5t
CO2eq por hectare no Cenário de Baixa Emissão de Carbono I (CBEC I). As análises
financeiras do projeto para os sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e
Integração Lavoura-Pecuária (ILP) apresentaram resultados de viabilidade, com TIR de até
17,43% e 14,62%, respectivamente. No entanto, a TIR no Cenário de Baixa Emissão de
Carbono II (CBEC II) ficou abaixo da taxa mínima de atratividade esperada. Mesmo quando
os demais índices foram positivos, o risco de investimento, nestas condições propostas pelo
estudo não asseguraram a viabilidade do projeto. O único modelo de sistema que não
demonstrou viabilidade em nenhum dos cenários analisados foi o sistema Silvipastoril.
Apesar do alto potencial de mitigação, de até 30t CO2eq, esse sistema possui um investimento
inicial mais robusto, em comparação aos outros sistemas e um risco de investimento mais
alto, por se tratar de árvores nativas. Apesar da perspectiva econômica, o sistema silvipastoril
é uma atividade que possui elevado potencial de controle das emissões e atende os princípios
de desenvolvimento ambiental e econômico. Portanto, esse modelo de sistema pode
comportar algumas readaptações para viabilizar a sua implantação. Dada à variedade de
componentes e a dispersão territorial, pode haver um alto grau de heterogeneidade entre os
custos de abatimento para o mesmo sistema. Assim, portanto, a eficiência do abatimento e os
valores dos investimentos podem expor uma dispersão nos resultados, variando de região e de
sistema. As curvas MAC denotam um ponto de partida crucial para o debate mundial sobre
como restringir as emissões de GEE, demonstrando, assim, uma base concreta de custos.