Pesquisa sócio histórica de abordagem qualitativa, com o
objetivo de compreender o evolução do cuidado às pessoas que
(con)vivem com HIV/aids na Atenção Básica à Saúde no
município de Florianópolis-SC durante o período de 2005 a 2014.
O cenário do estudo foi a Secretaria Municipal de Saúde do
município de Florianópolis/SC, particularmente os Distritos
Sanitários de Saúde e os sujeitos da pesquisa foram
profissionais da saúde (coordenadores ou apoiadores da Atenção
Básica à Saúde, com experiência profissional prévia nas
Unidades Básicas de Saúde, no período do estudo. Para a coleta
de dados utilizamos como método-fonte, a História Oral, a partir
de entrevistas semiestruturadas com sete trabalhadores da
saúde, dentre estes, cinco enfermeiras e dois médicos. Para a
organização e análise dos dados, utilizamos o software Atlas.ti
(Qualitative Research and Solutions) e a Análise de Conteúdo
Temática proposta por Bardin (2009). Os resultados obtidos
foram apresentados na forma de dois manuscritos. No primeiro,
intitulado “O caminho do cuidado às pessoas que (con)vivem
com HIV/aids na Atenção Básica à Saúde (2005-2014)”,
apresentamos as ações de promoção, prevenção e tratamento
realizadas pelos profissionais de saúde às pessoas que
(con)vivem com HIV/aids, abordando também as dificuldades
encontradas no processo de trabalho e a complexidade da
temática do HIV/aids nas práticas em saúde. Depreende-se que
a experiência de lidar com as pessoas que (con)vivem com
HIV/aids na Atenção Básica está sob grandes transições que
proporcionam o enriquecimento dos profissionais de saúde na
aprendizagem diante dos seus próprios desafios, profissionais e
pessoais, nas práticas assistenciais cotidianas. No segundo
manuscrito, intitulado “(Con)viver com HIV/aids na Atenção
Básica à Saúde: percepções dos profissionais na assistência à
saúde (2005 – 2014)”, teve por objetivo conhecer as percepções
dos profissionais de saúde na Atenção Básica à Saúde durante
suas vivências no cuidado às pessoas com HIV/aids no período
de 2005 a 2014. Neste, identificamos os aspectos de
confidencialidade, os riscos para os profissionais, o vínculo com
o usuário e os sentimentos vivenciados durante o cuidado às
pessoas com HIV/aids no período de 2005 a 2014, na Atenção
Básica à Saúde. Cabe ressaltar que este artigo apresenta a
criticidade do tema HIV/aids e sua relação com o processo de
trabalho. Conclui-se que houve uma transformação nas práticas
dos profissionais de saúde da Atenção Básica à Saúde em
relação ao HIV/aids, percebida em relação às novas
possibilidades de convivência com a doença, seja por parte das
pessoas que (con)vivem com o HIV/aids, quanto pelos
profissionais de saúde. O estudo permitiu abordar um período
histórico recente, demonstrando que as práticas de saúde para o
cuidado às pessoas que (con)vivem com HIV/aids estão em
constante transformação a medida que há o empoderamento das
atribuições dos profissionais na Atenção Básica à Saúde e que
isso repercute também em diferentes desafios paradigmáticos
nas relações de trabalho, na ação direta do cuidado e na maneira
do próprio profissional se posicionar frente ao cuidado desse
público específico.