A umidade do solo apresenta uma variabilidade nos domínios espacial e temporal,
levando a incertezas críticas para o manejo agrícola da água. A geoestatística possibilita
realizar uma descrição quantitativa da variabilidade espacial, contribuindo para o
manejo adequado de água e solo. Estudos que enfocam a variabilidade espacial de
propriedades físicas e químicas de solos têm grande relevância na literatura,
principalmente como subsídio para o manejo racional de água e solo em perímetros
irrigados. Com objetivo de avaliar a variabilidade espacial de atributos químicos e
físicos do solo, realizou-se um experimento no município de Pesqueira, região Agreste
de Pernambuco, durante um cultivo de Milho (Zea mays L.), irrigado por gotejamento,
utilizando água moderadamente salina, oriunda de um poço amazonas. O experimento
foi realizado no período de 30 de março de 2015 a 22 de Junho de 2015, em uma área
com malha espaçada de 5 m x 5 m, formando um “grid” 20 m x 25 m, totalizando 30
pontos amostrais. Os dados foram avaliados adotando-se métodos de estatística
descritiva, geoestatística e estabilidade temporal utilizando a diferença relativa e a
correlação de Spearman. A umidade volumétrica do solo foi monitorada na camada de
0,00-0,20 m utilizando-se o sensor HFM 2010. Verificou-se através dos
semivariogramas, dependência espacial da umidade do solo com melhor ajuste aos
modelos exponencial e gaussiano. Os graus de dependência espacial apresentaram-se
moderado e alto. Através dos mapas de isolinhas, observam-se pontos em que a
umidade encontra-se abaixo da ideal, sendo necessário um manejo diferenciado para
essas áreas a fim de garantir o suprimento de água ideal para a cultura. Os valores do
teste da correlação de Spearman, encontrados mantiveram-se altos durante todo o
experimento indicando dependência temporal ao longo de todo o estudo. Através da
técnica da diferença relativa foi possível identificar um ponto que representa a média da
umidade do solo com alto grau de confiabilidade, sendo este recomendado para o
monitoramento da umidade do solo para fins de manejo da irrigação na área. O modelo
que melhor se ajustou para as variáveis Argila, Areia, condutividade elétrica, Carbono e
Matéria Orgânica foi o exponencial, enquanto que para o Silte o modelo que melhor se
ajustou foi o gaussiano. Há uma relação entre a distribuição espacial da argila com os
teores de condutividade elétrica, carbono orgânico e matéria orgânica do solo, sendo
encontrados os maiores teores desses atributos nas mesmas regiões. A textura do solo
apresentou influências significativas na temperatura do solo. De modo que os pontos
amostrados que apresentaram maior teor de areia apresentaram maiores amplitudes
térmicas diárias nas camadas superficiais. Através dos mapas de isolinhas é possível
identificar regiões onde se faz necessário adotar a prática de aplicação de lâminas de
lixiviação. Quanto aos teores de carbono e a matéria orgânica o solo foi classificado
com médio teor de matéria orgânica, sendo necessária a incorporação de matéria
orgânica no solo em regiões com baixos teores desses atributos