Introdução: Indivíduos portadores de tumores hipofisários podem apresentar
distúrbios que influenciam a qualidade de vida, satisfação, percepção e composição
corporais são indicadores importantes na construção do indivíduo saudável.
Objetivos: Traçar o perfil antropométrico e de indicadores de saúde de pacientes
com adenomas hipofisários não funcionantes, acromegálicos ou com doença de
Cushing nos momentos pré e pós-operatório de cirurgia hipofisária.
Material e Métodos: Estudo prospectivo, longitudinal antes-e-depois, de pacientes
com adenoma hipofisários submetidos à cirurgia. A amostra de conveniência foi de
44 pacientes, média de idade de 47,2±14,6 anos, 25 mulheres (56,8%). Os
adenomas eram em 22 casos não funcionantes (50%), 17 secretores de hormônio
do crescimento (GH) (38,6%) e 5 de hormônio corticotrófico (ACTH) (11,4%).
Parâmetros antropométricos avaliados: índice de massa corporal (IMC),
circunferência abdominal (CA) e relação cintura-quadril (RCQ); indicadores de
saúde: gordura corporal (%GC) e taxa metabólica basal (TMB) por bioimpedância;
força de aperto de mão; e parâmetros qualitativos: nível de atividade física (IPAQ)
pelo International Physical Activity Questionnaire, percepção subjetiva de saúde
(PSS), autoimagem (BSQ) pelo Body Shape Questionnaire e satisfação corporal
pela escala de figuras de Stunkard (STK).
Resultados: Na amostra pré-cirúrgica, 75% dos pacientes apresentaram IMC
compatível com excesso de peso; 84,1% CA associada a risco de complicações
metabólicas; 90,0% RCQ associada a risco cardiovascular; 56,4% valores elevados
de %GC, 65,1% TMB baixa; 88,6% força abaixo da média e 79,5% insatisfação
corporal. Analisando a secreção hormonal, observou-se melhor percepção de saúde
VII
nos pacientes com adenomas não funcionantes e maior distorção da imagem nos
pacientes com doença de Cushing. No pós-operatório houve melhora na atividade
física e percepção de saúde. Os com acromegalia apresentaram melhora na RCQ e
no IPAQ. Os com doença de Cushing apresentaram melhora nas variáveis
antropométricas. Nenhum dos parâmetros mostrou diferença significativa
considerando o status de cura ou não.
Conclusões: Aponta-se a necessidade de controle contínuo dos indicadores
antropométricos associados a morbidades metabólicas e cardiovasculares e na
satisfação corporal. Neste contexto, essas variáveis, pouco exploradas na literatura
neuroendócrina, necessitam maior investigação.