Os metais são elementos reativos e persistentes que podem alcançar o ambiente costeiro associados ao material particulado em suspensão ou dissolvidos na coluna d‟água e ainda por deposição atmosférica. A presença de metais na coluna d‟água favorece sua mobilidade e biodisponibilidade para a biota e sua presença nos sedimentos, garante a persistência da contaminação durante longos períodos, favorecendo a bioacumulação nos organismos. Diante disso, a avaliação dos efeitos potenciais de metais, individualmente e em combinação, nos microrganismos constitui importante abordagem ecotoxicológica. A exposição a altas concentrações de metais biodisponíveis altera a diversidade bacteriana, favorecendo o aparecimento das espécies resistentes e tolerantes no ambiente. Neste trabalho, avaliou-se a resposta de um consórcio bacteriano à exposição de 0, 1, 6, 12,5, 25 e 50 μg.mL-1 de Cu, Pb e Cu+Pb, monitorando o número de células por microscopia de epifluorescência e as atividades das enzimas desidrogeneases e esterases por espectrofotometria durante 11 dias. O consórcio bacteriano foi selecionado em presença de Cu de amostra sedimentar da Baía de Sepetiba, local historicamente contaminado por metais. Os resultados demonstraram dominância de Alcanivorax (80%), precursora na produção de EPS. O número de células não apresentou variações significativas nos bioensaios,108 células.mL-1,que é uma produção de biomassa expressiva em presença de estressores. Todavia, foi possível observar redução da atividade das desidrogenases a partir do quinto dia de exposição à todas as concentrações testadas de Cu, Pb e Cu+Pb. A atividade das esterases apresentou tendência crescente, indicando maior demanda energética para completar o ciclo vital bacteriano. A concentração de Pb no meio de cultura filtrado (0.2 μm) esteve abaixo do limite de detecção, indicando biossorção, enquanto que o Cu foi detectado próximo às concentrações testadas, indicando efluxo. Estes resultados sugerem a necessidade de biomarcadores, como a atividade enzimática das esterases e desidrogenases, na avaliação da resistência e tolerância das comunidades previamente expostas aos estressores, como o consórcio testado.