SANCTUM, Flavio. O Curinga como dinâmica dos processos pedagógicos, artísticos e políticos do Teatro do Oprimido. Rio de Janeiro, 2016. Tese (Doutorado em Artes Cênicas) – Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas, Centro de Letras e Artes, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, 2016.
Augusto Boal translada o conceito de Coringa, enquanto narrador, comentador, do Teatro de Arena para o Curinga do Teatro do Oprimido, que amplia suas funções de mediação do espetáculo ao criar uma ponte entre o que é debatido no palco com a plateia, com os espectadores, que se tornam espect-atores, na expectativa de entrar em cena e participar da discussão proposta. Esse novo Curinga, além de propor o debate aos temas apresentados nos espetáculo, também é um mestre na tradição do Teatro do Oprimido, pois aplica oficinas, forma praticantes, dirige espetáculos, escreve e capta recursos para projetos, cria redes políticas para que as atividades possam ser realizadas. Essa pesquisa teve por objetivo criar um mapa de Curingas em três culturas específicas: Brasil, Moçambique e Índia. Foi verificado como esses mestres Curingas, em diferentes países, organizam a metodologia do Teatro do Oprimido de acordo com suas demandas e necessidades específicas e como os aspectos pedagógicos, artísticos, políticos e de agenciamento de projetos são encaminhados em cada realidade pesquisada. Para um alicerce teórico a tese se baseia na teoria da Pedagogia do Oprimido, de Paulo Freire, propondo uma conexão entre o pedagogo freireano e o Curinga boaleano, na expectativa de que desta forma esse educador/mestre teatral possa ter os elementos filosóficos em sua iniciação ancorados nos preceitos humanistas e progressistas, como sugere Augusto Boal.
Palavras Chave: Teatro do Oprimido; Curinga; Augusto Boal; Centro de Teatro do Oprimido