As forragens desempenham papel essencial no desempenho de bovinos de corte em confinamento. Entretanto, o consumo seletivo de partículas da ração é um hábito natural dos bovinos que pode resultar em inconsistências no valor nutricional da dieta. O conhecimento do comportamento ingestivo pode ser utilizado na avaliação de dietas totais. Vinte e quatro machos não castrados F1 Red Norte × Nelore com peso corporal (PV) médio inicial de 439,8 ± 59,6 kg e 21,7 ± 2,7 meses de idade foram distribuídos em três grupos experimentas e alojados em baias individuais ou coletivas. O experimento teve duração de 75 dias (5 dias para adaptação e 70 dias para coleta de dados). Alimentaram-se os animais uma vez ao dia com dietas à base de cana-de-açúcar in natura (Ci), silagem de cana (SC) ou silagem de milho (SM) como fontes de forragem, procurando obter 10 a 15% de sobras. Avaliou-se o consumo de matéria seca (CMS) diariamente pela diferença entre a quantidade oferecida menos a recusada, e registrou-se o PV dos animais a cada 14 dias após jejum de sólidos de doze horas. O consumo seletivo de partículas da ração foi avaliado a cada 14 dias às 4, 10 e 24 horas pós-alimentação, utilizando um conjunto com três peneiras e um fundo liso para determinar partículas longas (>19 mm), médias (<19, >8 mm), curtas (<8, >1,18 mm) e muito curtas (<1,18 mm). O comportamento ingestivo foi registrado a cada 14 dias em intervalos de uma hora, iniciando às 0, 1, 5 e 9 horas após a alimentação. Monitoraram as atividades de alimentação, ócio e ruminação a cada 3 minutos pela observação visual dos animais. Não houve efeito (P>0,05) da fonte de forragem sobre o CMS nos animais alojados nas baias individuais. Não houve resposta (P>0,05) da fonte de forragem sobre o PV. Houve tendência (P = 0,09) de aumento do PV nos animais alojados em baias individuais (561,4 ± 21,2 kg) em relação às baias coletivas (509 ± 21,2 kg). As fontes de forragem não alteraram (P>0,05) as características da carcaça. Os animais alojados individualmente aumentaram (P<0,05) o peso do trato gastrintestinal vazio (11,9 kg), comparados aos animais alojados nas baias coletivas (10,2 kg). Não houve efeito (P>0,05) de fonte de forragem sobre o consumo seletivo de partículas longas, médias e curtas. A SM aumentou (P<0,05) a rejeição pelas partículas muito curtas, em comparação com a Ci e a SC. Não houve resposta (P>0,05) de alojamento sobre a seleção de partículas. Houve aumento (P<0,05) no tempo gasto com alimentação na SM (21,8±1,2 min/h), enquanto o tempo em ócio foi maior (P<0,05) na Ci e na SC (38,8 e 36,5±1,5 min/h, respectivamente). Os animais alojados individualmente aumentaram (P<0,05) o tempo com alimentação (19,7±1,0 min/h) e ruminação (8,2±0,6 min/h), enquanto o tempo em ócio foi maior (P<0,05) para os animais em baias coletivas (38,9±1,2 min/h). As fontes de forragem avaliadas nesse estudo podem ser recomendadas na alimentação de bovinos de corte em confinamento. Tanto cana-de-açúcar in natura, quanto as silagens de cana e de milho determinaram consumo preferencial das partículas longas (>19 mm) e médias (<19, >8 mm), podendo ser benéfico para a saúde do rúmen. A silagem de milho pode ser recomendada para bovinos de corte em confinamento, por aumentar o tempo gasto com a alimentação. Os animais alojados em baias coletivas gastam mais tempo em ócio do que aqueles alojados individualmente.