Avaliar a influência da solução de frutose e de glicose na glicemia, glucagon,
trigliceridemia, uricemia e malondialdeído pós-prandial de indivíduos com diabetes mellitus
tipo 1 (DM1). MÉTODOS: Trata-se de um ensaio clínico simples cego, randomizado com
delineamento 2x2, crossover, com período de washout de 2-7 semanas de intervalo, incluindo
dezesseis indivíduos com DM1, sendo sete mulheres e nove homens, com média de idade de
25,1 ± 8,8 anos, tempo médio de diagnóstico do DM1 de 14,8 ± 4,7 anos, índice de massa
corporal médio de 24,7 ± 3,6 kg/m2 e média de hemoglobina glicada de 8,1 ± 1,8%, sem
complicações do DM ou outras doenças crônicas. Em cada dia de estudo, os voluntários
receberam uma solução teste (75g de glicose ou frutose dissolvidas em água) via oral em
ordem aleatória e responderam à escala quanto à palatabilidade das mesmas. Amostras de
sangue venoso foram colhidas após 8h de jejum noturno e 180 min após a solução para
avaliação da glicemia, glucagon, trigliceridemia, ácido úrico, lactato, e malondialdeído. As
análises estatísticas foram realizadas no software SPSS versão 17.0, com nível de
significância de 5%. RESULTADOS: Apesar da glicose apresentar menor diluição (p<0,01),
a palatabilidade das soluções mostrou-se semelhante. A solução de glucose resultou em maior
glicemia pós-prandial, comparada com a frutose (12,9 ± 4,1 mmol/L; e 4,4 ± 5,5 mmol/L,
respectivamente; p<0,01). As concentrações de ácido úrico elevaram-se após a solução de
frutose (0,4 ± 0,8 µmol/L; p<0,01) e reduziram após a solução de glicose (-0,2 ± 0,1 µmol/L;
p<0.01) (p<0,01). A solução contendo frutose aumentou o malondialdeído (1,4 ± 1,6 µmol/L;
p<0,01) e a solução de glicose não alterou as concentrações deste marcador de estresse
oxidativo (-0,2 ± 1,6 µmol/L; p=0,40). Outras variáveis não diferiram entre as soluções.
CONCLUSÃO: Ambas as soluções demonstram palatabilidade semelhante. A frutose resultou em menor glicemia pós-prandial comparada à glicose, porém, elevou as concentrações de ácido úrico e malondialdeído. A ingestão destes monossacarídeos por indivíduos com DM1 não alterou a trigliceridemia, o glucagon e o lactato pós-prandiais.