A erva-mate é uma planta da família Aquifoliaceae, originária da América do Sul e muito consumida nos estados da região Sul do Brasil, além de Argentina, Paraguai e Uruguai. O consumo pode ser realizado com água quente (chimarrão) ou gelada (mate e tererê). As etapas de processamento ou as condições edafoclimáticas podem influenciar nas características da planta e da bebida. As etapas de processamento são: colheita, sapeco, cancheamento, secagem, moagem, envelhecimento (opcional) e empacotamento. Entre as substâncias presentes na erva-mate temos compostos fenólicos e metilxantinas que podem apresentar valores inferiores dependendo do tipo de processamento a que foi submetido a matériaprima. Análises têm sido realizadas para caracterização da fração não volátil da erva-mate a fim de obter-se uma melhor padronização. A presença de metilxantinas, compostos fenólicos ácidos e flavonóides, foi confirmada em nosso trabalho através de CLAE, e o potencial antioxidante através de DPPH, Foulin Ciocalteau e peroxidação lipídica. A partir de estudos realizados com humanos e ingestão de erva-mate, avaliamos o efeito da erva-mate sobre parâmetros bioquímicos de pacientes vitimas de TCE. O estudo consistiu na ingestão/infusão de chá mate, duas vezes ao dia, sendo 7g de erva-mate em 300mL de água para pacientes internados no HEGV, vitimas de TCE, sem co-morbidade, idade entre 16 e 64 anos. Exames foram realizados para acompanhar os pacientes e foram comparados com o grupo controle, que apresentava a mesma patologia e não recebeu o chá mate. O resultado indicou uma diferença significativa em relação a CPK, sendo que os pacientes do grupo erva-mate tiveram diminuição dos valores. Entre os pacientes do grupo controle não foi observada diferença, sendo que um paciente evoluiu para o quadro de rabdomiólise, principal risco de CPK elevada, evoluindo a óbito. Foram avaliados ainda glicemia sanguínea, PCR, IL-1, IL-6 e TNF-α, não obtendo resultado significativamente diferente, porém com indicação que o chá mate possa ter contribuído para menores alterações glicêmicas nos pacientes do grupo analisado. O chá mate não teve influência sobre a mortalidade desses pacientes, porém a diminuição da CPK pode levar a uma sobrevida com menos sequelas, diminuindo o risco de rabdomiólise.