A versatilidade na obtenção de produtos a base de palmeiras como madeiras, frutos, palmitos, raízes e a utilização na indústria de paisagismo faz com que a produção destas espécies venha ganhando mercado na atualidade. Dentre estas palmeiras tem-se o popular coqueiro-baiano (Cocos nucifera L.), mundialmente conhecido por fornecer água de coco, uma bebida natural. De acordo, com dados internacionais o Brasil ocupa a 4a posição no ranking de
produção mundial deste fruto. Além da água de coco, seu fruto fornece o albúmen sólido (polpa do coco) que é utilizado pelas indústrias de beneficiamento para obtenção de leite de coco, farinha e coco ralado. A demanda pela busca deste isotônico natural acarreta no descarte da polpa de coco verde em estágio de formação. Logo, essa pesquisa teve como objetivo realizar o levantamento do potencial de obtenção desta matéria prima que é descartada no município de Rio Branco – Acre, e propor a utilização deste material visto como resíduo. A polpa do coco verde e os produtos obtidos (leite de coco e polpa após extração do leite de coco “coco ralado”) passaram pelo processo de caracterização físico-química sendo realizada as análises de umidade, cinzas, acidez, vitamina C, lipídios, proteínas, fibras, pH, densidade, refração, ensaios microbiológico, antibacteriano e verificação do perfil de ácidos graxos. Nesta pesquisa, foi evidenciado que o potencial para obtenção diária para polpa de coco verde no município por dia atinge a marca de 39 kg. A utilização desta polpa, para produção de leite de coco e do subproduto após extração do leite de coco “coco ralado” quando comparado a produtos comerciais não apresentou grandes divergências quanto suas características físico-química. Com relação à análise microbiológica, para o leite de coco este apresentou contaminação para coliformes termotolerantes, no entanto, dentre dos parâmetros preconizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). O perfil de ácido graxo da fração lipídica evidenciou a presença dos ácidos graxos láurico e mirístico. A ação antibacteriana da fração lipídica do coco verde não apresentou efeito positivo frente às bactérias patogênicas Staphylococcus aureus, Streptococcus pneumoniae, Escherichia coli e Klebsiella pneumoniae.