Pacientes submetidos a hemodiálise, apresentam taxas de não adesão ao tratamento, muitas vezes, maiores que 50%. Baixa adesão está associada com sintomas depressivos e escores mais baixos de qualidade de vida. Sabe-se que faltas às sessões de hemodiálise estão ligados a maiores taxas de mortalidade, hospitalizações mais frequentes, bem como mais admissões em unidades coronarianas. Dentre os fatores relacionados com incremento da adesão, estão aqueles relacionados às características pessoais, como maior conhecimento da patologia e adaptação/ satisfação aos serviços de saúde. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a associação entre resiliência e religiosidade com adesão terapêutica em pacientes em hemodiálise. Trata-se de um estudo prospectivo observacional com 202 pacientes dialíticos de três serviços de nefrologia especializados, em Fortaleza-CE. O estudo foi realizado entre janeiro e novembro de 2014. Todos os pacientes foram submetidos a aplicação de um questionário sociodemográfico e escalas padronizadas para avaliação de depressão, qualidade de vida, resiliência e religiosidade. A adesão terapêutica foi medida através da escala de adesão medicamentosa de morisky (MMAS-8) e através do levantamento do percentual de faltas/ abreviações às sessões de hemodiálise. A média de adesão medicamentosa encontrada foi de 5.72, sendo que 82 (40.6%) foram considerados como “baixa adesão”. Sobre adesão às sessões de hemodiálise, o numero total de sessões perdidas foi 234 (1,6%), enquanto o numero de abreviações em mais de 15 minutos na sessão foi de 1.485 (10.2%).116 pacientes (57,4 %) abreviaram uma média de, pelo menos, 10 sessões em seis meses.Em relação à adesão à medicação, não houve associaçãoentre religiosidade (nenhuma das três dimensões) e MMAS-8. Porém, resiliência foi positivamente associado com adesão medicamentosa. Religiosidade organizacional e intrínseca estão associados positivamente com a adesão às sessões de diálise, enquanto resiliência foi associada com menor adesão às sessões. Concluímos, portanto, que pacientes em tratamento de hemodiálise comportam-se de forma diferente em relação a adesão medicamentosa e adesão às sessões de hemodiálise. Enquanto resiliência foi positivamente relacionada com adesão à medicação, em relação a adesão às sessões, a associação foi inversa. Concluímos, também, que não houve associação entre religiosidade (nenhuma das três dimensões) e adesão à medicação, mas religiosidade intrínseca e organizacional está positivamente associada com adesão às sessões de hemodiálise. Resiliência está ainda associadade forma inversa com depressão e positivamente associada com QVRS.