O maracujá é uma das principais frutíferas cultivadas no Brasil e principalmente na região Nordeste pelas condições edafoclimáticas favoráveis e valor econômico. Nesta região a irrigação mesmo com água de uso restritivo tem se tornado necessário para manter níveis produtivos adequados, além da adubação química e orgânica. Neste sentido foi realizado um experimento de julho de 2013 a maio de 2014, buscando avaliar os efeitos da salinidade da água, biofertilizante bovino e tipos de potássio, na fertilidade e salinidade do solo, crescimento, composição mineral, trocas gasosas e produção do maracujazeiro BRS Gigante amarelo. Os tratamentos foram arranjados em blocos ao acaso com três repetições e quatro plantas por parcela, em esquema fatorial 2 x 2 x 2, referente aos valores de condutividade elétrica das águas de irrigação de 0,35 e 4,00 dS m-1, no solo sem e com biofertilizante bovino e adubação com duas fontes de potássio (60% K2O), cloreto de potássio convencional e revestido com polímeros orgânicos, para liberação lenta do potássio. Foram avaliadas a fertilidade, salinidade, umidade e temperatura do solo, crescimento das plantas em altura, período do transplantio à poda da haste principal e à poda dos ramos laterais, número de ramos produtivos aos 100 dias após o transplantio (DAT), diâmetro do caule, composição mineral das plantas em macro, micronutrientes e sódio, trocas gasosas e produção. A irrigação com água salina reduziu os teores de magnésio na camada de 21-40, acidez potencial, capacidade de troca catiônica (CTC) e proporcionou aumentos no teor de sódio do solo, percentagem de saturação por bases na camada de 0-20 cm, condutividade elétrica do extrato de saturação no período de floração das plantas, no final da estação seca, chuvosa e nos teores foliares de nitrogênio, ferro e sódio. O biofertilizante contribuiu para o aumento dos teores de fósforo, cálcio na camada de 21-40 cm, magnésio e sódio na camada de 0-20 cm, soma de bases, acidez potencial, matéria orgânica do solo, umidade do solo, condutividade elétrica do solo, mas manteve a percentagem de sódio trocável (PST) em valores sem riscos de sodicidade, estimulou o crescimento das plantas mesmo no solo irrigado com água salina e os teores foliares de fósforo e zinco, porém reduziu o teor foliar de enxofre. A adubação com KCl revestido proporcionou acréscimos nos teores de potássio, percentagem de saturação por bases e matéria orgânica do solo na camada de 21-40 cm, pH do extrato de saturação do solo no final da estação seca na camada de 21-40 cm e chuvosa 0-20, estimulou o crescimento das plantas irrigadas com água de salinidade elevada e o teor de boro foliar, contudo proporcionou redução nos teores de potássio e manganês em comparação KCl convencional. O aumento da salinidade da água reduziu os teores médios de magnésio na camada de 21-40, acidez potencial, CTC e proporcionou aumentos no conteúdo de sódio edáfico, percentagem de saturação por bases na camada de 0-20 cm, condutividade elétrica do extrato de saturação no período de floração das plantas, no final da estação seca, chuvosa e nos teores foliares de nitrogênio, ferro e sódio. Apesar de estarem em nível nutricional abaixo do recomendado, exceto em N e K, as plantas apresentaram níveis satisfatórios dos componentes de produção.
Palavras chave: Passiflora edulis; salinidade da água, insumo orgânico, fertilizante de liberação lenta