Essa tese teve como objetivo avaliar a eficiência de fatores prognósticos e de diferentes abordagens terapêuticas do mastocitoma canino, considerando à elevada incidência e heterogeneidade de apresentação clínica e comportamento biológico dessa neoplasia, consituindo um guia para prognóstico e tratamento. Foram incluídos cães referenciados ao Hospital Veterinário (Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil) e Queen's Veterinary School Hospital (University of Cambridge, Reino Unido), com diagnóstico histopatológico de mastocitoma. Foram avaliados fatores prognósticos clínicos, anátomo-patológicos, imuno-histoquímicos e genéticos, resultando na realização de cinco estudos distintos. O estudo 1 (n = 62) demonstrou elevada taxa de resposta aos glicocorticóides (64,5%), no tratamento de doença mensurável, e evidenciou o impacto negativo no prognóstico, na ausência de resposta a esses fármacos. No estudo 2 (n = 149), foi avaliada a importância dos diferentes fatores prognósticos, com a proposta de uma modificação no estadiamento clínico preconizado pela Organização Mundial de Saúde, definição de novos valores de corte para o índice mitótico e percentual de Ki-67. O estudo 3 (n = 98) evidenciou o benefício da quimioterapia em dose maxima tolerada, no controle do mastocitoma de alto risco, enquanto o estudo 4 (n = 21), demonstrou elevada eficácia da radioterapia adjuvante no controle, a longo prazo, de mastocitomas de risco intermediário. Por fim, ficou demonstrada, no estudo 5 (n = 31), a eficácia dos inibidores tirosina-quinase em pacientes com risco elevado, no tratamento de doença mensurável, inoperável, mas também no cenário adjuvante, embora o uso de glicocorticóides e agentes antineoplásicos possa comprometer essa resposta.