Introdução: Os acidentes domiciliares constituem importante causa de morbimortalidade, principalmente na faixa etária mais jovem (0 a 24 anos). Mediante a importância de se conhecer as circunstâncias e, ainda, considerando a carência de estudos por estes eventos na região de Cuiabá-MT, torna-se fundamental conhecer a realidade dos acidentes domiciliares entre crianças, adolescentes e jovens, na capital de Mato Grosso. Objetivo: Analisar os acidentes domiciliares ocorridos na população infanto-juvenil, atendida por um serviço de urgência e emergência de referência para Cuiabá e região, no ano de 2013. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, de corte transversal, com coleta retrospectiva de dados e análise quantitativa. A população deste estudo foi composta por crianças, adolescentes e jovens (0 a 24 anos de idade), vítimas de acidentes domiciliares e atendidos pelo Hospital Pronto Socorro Municipal de Cuiabá (HPSMC). Foram analisadas as fichas do pronto atendimento referentes ao período de 1 de janeiro a 31 de dezembro de 2013. A coleta de dados ocorreu no primeiro trimestre de 2014, utilizando-se um formulário com 25 questões fechadas e uma questão aberta para o relato do acidente. Os dados foram processados e analisados pelo programa Epi-Info – versão 3.4.3 e foram utilizadas estatísticas descritivas e inferenciais, por meio de análises simples e bivariadas (teste estatístico Qui-Quadrado, p = ou < que 0,05). O Projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética sob o número de registro 405.578 no dia 25/09/2013. Resultados: Foram estudados 1.567 atendimentos por acidente domiciliar na faixa etária de 0-24 anos. Predominou o sexo masculino (58,0%) e a faixa etária de 1-4 anos (50,2%). Foi identificada uma grande variedade de acidentes no ambiente domiciliar, sendo de maior frequência: quedas (44,9%), penetração de corpo estranho em olho ou orifício natural (19,9%), mordida de animais (6,3%) e contato com substâncias quentes (4,4%). As principais lesões foram trauma de cabeça (26,2%) e de membros superiores (28,9%). Conclusão: Torna-se relevante o investimento em programas educacionais e preventivos com o objetivo de se promover comportamentos seguros em ambiente domiciliar.