Nos últimos anos houve um crescente interesse na criação de ovinos para a produção de carne, principalmente na região Noroeste do Estado de São Paulo. A fim de se obter maior produtividade, maior segurança alimentar e diminuição de gastos e perdas provindos de enfermidades torna-se imprescindível o reconhecimento de tais problemas, para que se possa traçar estratégias de combate e prevenção destes. Por meio de análise detalhada de questionários, observação direta em doze propriedades e coleta de amostras de 633 animais, foi feita a caracterização do rebanho ovino da microrregião de Araçatuba-SP, que é composta por sete municípios. Os animais foram submetidos ao exame clínico-geral, por meio da anamnese, inspeção e palpação, sendo feitas as devidas anotações quanto às condições de manejo sanitário, reprodutivo e nutricional desses animais em suas respectivas propriedades. Durante as visitas às propriedades foram feitas as coletas de fezes da ampola retal para acompanhamento por contagem de ovos por grama. Também foram realizadas punções de nódulos, quando detectados a palpação, para cultura microbiana. Constatou-se um histórico de linfadenite em 50% das propriedades, porém houve identificação da doença em apenas 8,3% destas. Constatou-se um histórico de afecções podais em 91,6% das propriedades, observou-se em 50% delas. Um histórico de mastite foi obtido em 41,6% das propriedades, a qual foi observada em 25% delas. Sobre ectima contagioso, foi relatado por 25% das propriedades, porém, não foi observado durante os exames físicos. As propriedades em sua totalidade declararam realizar vacinação contra clostridioses. 25% realizavam outros tipos de vacinas. Em 91,6% das propriedades foram observados animais com sintomatologia de verminose. Práticas de higienização das instalações e ambientes e técnicas de manejo sanitário eram adotadas em 58,3% das propriedades. Conclui-se que a casuística de linfadenite caseosa e afecções podais diminuiu, baseado no histórico das propriedades e na avaliação realizada no presente estudo, porém a verminose ainda é referenciada como a maior geradora de prejuízos na criação, associada ao manejo sanitário deficitário, ausência de programa estratégico de controle e realização irracional da alternância de grupos químicos. Também concluiu-se que, exceto pelas criações de elite, há um predomínio de criações amadoras e com baixa qualidade no manejo sanitário.