Introdução: A maior complicação tardia devido à mamoplastia de aumento é a contratura capsular. A incidência é de aproximadamente 10% nos implantes texturizados e em torno de 1% nos implantes com revestimento de poliuretano. Qualquer processo em que a etiologia é desconhecida, o tratamento permanece especulativo e multimodal. Este é o desafio da contratura capsular. Objetivos: Analisar as intensidades: da reação de corpo estranho; da formação do tecido de granulação; da presença de miofibroblastos; da neoangiogênese e da formação de metaplasia sinovial nas cápsulas formadas ao redor dos implantes de silicone nos dois grupos; Avaliar se o grupo poliuretano apresenta uma maior espessura capsular em relação ao grupo texturizada; Aferir as áreas total e percentual dos colágenos tipo I e III nos dois grupos. Material e método: Foram utilizadas 64 ratas albinas, linhagem Wistar, divididas em dois grupos (espuma de poliuretano e superfície texturizada) com 32 animais. Analisaram-se as cápsulas por meio das colorações de hematoxilina-eosina, ácido tricrômico de Masson e picrosírius, nos subgrupos de 30, 50, 70 e 90 dias. Para a comparação dos dois grupos, dentro de cada subgrupo, foi considerado o teste não-paramétrico de Mann-Whitney. Para a comparação dos diferentes subgrupos, dentro de cada tipo de grupo, foi considerado o teste não-paramétrico de Kruskal-Wallis. As comparações entre grupos e subgrupos, em relação a variáveis qualitativas dicotômicas, foram feitas utilizando-se o teste exato de Fisher. Valores de p<0,05 indicaram significância estatística. Resultados: A reação de corpo estranho foi maior no grupo poliuretano em relação ao grupo texturizada (30 dias p=0,0001; 50 dias p=0,002; 70 dias p=0,001 e 90 dias p=0,0002). A formação do tecido de granulação foi mais acentuada no grupo poliuretano comparado ao grupo texturizada (30 dias p=0,0001; 50 dias p=0,002; 70 dias p=0,0002 e 90 dias p=0,0002). A presença dos miofibroblastos foi mais intensa no grupo poliuretano em relação ao grupo texturizada (30 dias p=0,0001; 50 dias p=0,015; 70 dias p=0,007 e 90 dias p=0,0002). A respeito da neoangiogênese e da metaplasia sinovial, não houve diferença estatística entre os grupos. O grupo poliuretano apresentou uma maior espessura da cápsula (30 dias p=0,001; 50 dias p=0,006, 70 dias p=0,001 e 90 dias p=0,001), uma menor área total de colágeno tipo I (30 dias p=0,046; 50 dias p=0,045, 70 dias p=0,021 e 90 dias p=0,037), uma menor área percentual de colágeno tipo I (30 dias p=0,036; 50 dias p=0,011, 70 dias p=0,021 e 90 dias p=0,028) e uma maior área percentual de colágeno tipo III (30 dias p=0,036; 50 dias p=0,011; 70 dias p=0,021 e 90 dias p=0,028). Conclusões: Os implantes revestidos por poliuretano induziram uma maior reação de corpo estranho, uma acentuada formação de tecido de granulação e uma maior intensidade de miofibroblastos. Em relação à neoangiogênese e a metaplasia sinovial, não houve diferença entre os grupos. Em todos os subgrupos avaliados, o grupo poliuretano apresentou maior espessura da cápsula, menor área total e percentual de colágeno tipo I e uma maior área percentual de colágeno tipo III.