Recursos que acelerem o processo de cicatrização de feridas diabéticas são fundamentais para reduzir o tempo de fechamento e para preservar a qualidade de vida, e a estimulação elétrica de alta voltagem (EEAV) tem-se mostrado
interessante. O objetivo deste foi estudar o efeito da EEAV polo negativo, positivo e alternado, na regeneração de feridas cutâneas agudas de ratos diabéticos. Após anestesia, ratos Wistar adultos foram submetidos à retirada de 1 cm2 da pele do dorso e divididos em 6 grupos (n=7): C: animais com lesão sem tratamento, S: tratado com EEAV simulada, D: lesão em animais diabéticos sem tratamento, DElesão em diabéticos tratada com polo negativo, DE+: lesão em diabéticos tratada com polo positivo, DE±: lesão em diabéticos tratada com polos alternados. A estimulação foi efetuada com o equipamento Neurodyn High Volt - IBRAMED®, sob anestesia e teve início 24 horas após a cirurgia, intensidade mantida no limiar motor, durante 30 minutos, por 7 dias, com frequência de 100 Hz, tensão mínima de 100 V. A indução do diabetes experimental foi por aloxana intravenoso, dose única, 150 mg/kg (diluído a 2% em tampão citrato, pH 4,5), e foram selecionados os animais que apresentaram glicemia superior a 180 mg/dL. Amostras da pele com as lesões foram processadas para procedimentos histológicos. A área da ferida de todos os grupos experimentais foi obtida por registros fotográficos e mensurada pelo software Image Pró-plus 6.2, a partir da qual se calculou o índice de cicatrização da úlcera. O mesmo software foi utilizado para calcular a birrefringência do colágeno. As medidas lineares da reepitelização, bem como as análises dos diferentes tipos de células e vasos sanguíneos foram aferidas por métodos histomorfométricos. Todos os grupos tiveram o índice de cicatrização da úlcera significativo entre o primeiro e oitavo dia, e entre os grupos, não se observou diferença significativa; o grupo DE- foi o único que obteve melhor cicatrização entre o quarto e oitavo dia. A média da epitelização foi maior no grupo tratado com EEAV polo alternado. Em relação ao perfil numérico das células da derme, os grupos tratados com polo negativo e positivo apresentaram maior média de fibroblastos. Já entre os leucócitos o grupo tratado com EEAV polo negativo apresentou a menor média, diferindo estatisticamente dos demais grupos. A birrefringência do colágeno foi maior nos grupos tratados com EEAV. Pode-se constatar que a EEAV com polo negativo e alternado podem acelerar a epitelização, a vascularização, aumentar o número de fibroblastos, reduzir o número de leucócitos, bem como acelerar a maturação do colágeno, fatores estes importantes para a regeneração de feridas cutâneas agudas em ratos diabéticos, concluindo que as feridas cutâneas agudas respondem bem ao mesmo tratamento aplicado as feridas crônicas.