Foram utilizados 30 encéfalos de tartaruga (Trachemys scripta elegans),
injetados com látex, corado em vermelho, com objetivo de sistematizar e descrever a
distribuição e territórios das artérias carótidas internas e suas principais ramificações na
superfície do encéfalo. As artérias carótidas internas apresentaram uma anastomose
intercarótica e a artéria oftálmica interna. No terço médio rostral da hipófise, a artéria
carótida interna bifurcou-se em seus dois ramos terminais, rostral e caudal. O ramo
rostral lançou a artéria corióidea rostral, a artéria orbitária e uma sequência de artérias
cerebrais médias. O ramo rostral, após originar a última artéria cerebral média,
continuou-se como artéria cerebral rostral, e ao alcançar a fissura longitudinal do
cérebro, apresentou uma anastomose com sua homóloga contralateral, originando a
artéria comunicante rostral, fazendo o primeiro fechamento rostral do círculo arterial
cerebral, quando presente. Logo a seguir, a continuação das artérias cerebrais rostrais
anastomosaram-se formando uma artéria inter-hemisférica rostral, fechando por uma
segunda vez o círculo arterial cerebral, rostralmente. A artéria inter-hemisférica rostral,
dividiu-se em artérias hemisféricas mediais rostrais direita e esquerda; cada uma lançou
um ramo mais ventral que se projetava rostralmente, ligando-se ventralmente ao anel
vascular. A artéria hemisférica medial rostral ramificava-se caudalmente e dorsalmente,
ascendendo à face convexa do hemisfério cerebral, no pólo rostral deste. O eixo
principal da artéria hemisférica medial rostral, normalmente recebia a anastomose do
ramo profundo da artéria inter-hemisférica caudal. Suas terminações dorsais, na face
convexa, anastomosavam-se em “osculum” com as terminações da última artéria
hemisférica medial caudal e com as terminações do ramo terminal dorsal da rede da
artéria cerebral média. A artéria carótida interna ao projetar-se dorsalmente na altura do
tuber cinéreo, após emitir seu ramo rostral, continuou-se caudalmente como seu ramo
caudal. O ramo caudal ao projetar-se caudalmente na face ventral do corpo
mesencefálico, medialmente ao lobo piriforme, lançou seu primeiro ramo colateral, a
artéria cerebral caudal. A artéria cerebral caudal lançou ramos hemisféricos occipitais,
ramo corióideo caudal (diencefálica) e ramos pineais, continuando-se para o interior da
fissura longitudinal do cérebro como artéria inter-hemisférica caudal. A artéria inter-hemisférica caudal projetou-se rostralmente, geralmente pelo interior da fissura
longitudinal do cérebro, emitindo ramos hemisféricos mediais que ascendiam para a
face convexa do hemisfério cerebral. O ramo profundo da artéria inter-hemisférica
caudal projetou-se profundamente na fissura longitudinal do cérebro no sentido rostral,
indo anastomosar-se com a artéria hemisférica medial rostral ramo da artéria inter-hemisférica rostral. Após lançar a artéria cerebral caudal, o ramo caudal da artéria
carótida interna contornou lateralmente a origem aparente do III par de nervos
cranianos, oculomotor, emitiu caudolateralmente seu principal ramo colateral, a artéria
mesencefálica, continuando-se caudomedialmente com um calibre bem mais fino,
anastomosando-se com seu homólogo contralateral, originando a artéria basilar. A
porção de fino calibre emitiu ainda seu último ramo colateral, a artéria trigeminal. A
anastomose dos ramos caudais fechou o círculo arterial cerebral caudalmente. A artéria
basilar lançou ramos medulares e as artérias espinhais dorsais, terminando-se como
artéria espinhal ventral. A artéria mesencefálica emitiu ramos tectais para o lobo óptico
e a artéria cerebelar dorsal.