A modificabilidade cognitiva e a aprendizagem mediada exercem um papel construtivo, juntas representam um complexo e bem articulado modal do comportamento humano, pois representam um estado, e não algo fixo e imutável. Diante deste contexto, o objetivo deste trabalho é investigar se a vivência da mediação do Programa de Enriquecimento Instrumental gerou no professor modificabilidade cognitiva e se esta foi incorporada e transferida para sua prática pedagógica. A pesquisa foi realizada com nove professores de uma instituição de Educação Profissional. O delineamento da pesquisa foi de campo e bibliográfico. O instrumento de coleta dos dados constituiu na observação das aulas, utilizando-se de um roteiro com indicadores de aprendizagem relacionados aos critérios investigados nesta pesquisa: Intencionalidade e Reciprocidade, Transcendência e Significado. Para análise dos dados, todos os critérios foram analisados, após a observação das aulas, antes e após a aplicação do Programa de Enriquecimento Instrumental. O resultado das principais mudanças apresentadas pelos sujeitos após a aplicação dos PEI foram interpretados com base no referencial teórico adotado. Os resultados demonstraram que ocorreram mudanças que possibilitaram aprendizagem significativa. Quanto à modificabilidade, chegamos próximos à natureza da mudança estrutural, mas não ocorreu. A mudança não se manteve de acordo com os quatro parâmetros que a sustentam: permanência, resistência, flexibilidade e generalização. Nas condições das mudanças, os principais ganhos evidenciados, durante a observação das aulas e durante a aplicação do programa, foram contribuições didáticas, enriquecimento cognitivo e aprendizagem significativa. Prospectamos, como incentivo para investigações futuras, possibilitar a continuidade da aplicação do Programa com o grupo de professores e com novos que não participaram da formação, para que estes vivenciem a mediação através dos instrumentos do PEI, e uma promessa de continuidade para aqueles que estão dispostos a se reciclar como alunos e professores no desenvolvimento e na aprendizagem, que consideramos um processo eco, em que, à medida que o ser humano aprende, ele se desenvolve, se liberta e passa a preencher um espaço individual interno e externo no locus do seu desenvolvimento.