As pessoas que vivem com HIV/AIDS, enfrentam adversidades e preconceito, desde a descoberta da doença, no fim dos anos 70, até os dias atuais. Entretanto, pesquisas mostram que algumas delas apresentam características de superação, as quais chamamos de resiliência. Nesse sentido, o presente estudo descritivo com abordagem quali-quantitativa, tem o intuito de avaliar as características psicossociais resilientes e a qualidade de vida de 50 pessoas que vivem com HIV/AIDS. Utilizou- se como instrumentos de coleta o teste Palográfico, a entrevista estruturada e o questionário de qualidade de vida, WHOQOL-HIV-bref. Os traços de personalidade e suporte social, foram analisados através do software ALCESTE, versão 2012, e os domínios da qualidade de vida, foram analisados através da média, desvio padrão, valores mínimos, máximos, frequência simples e porcentagem, o Qui-quadrado ou exato de Fisher, teste U de Mann-Whitney, adotando o índice de significância p<0,05, calculados através do software SPSS 21.0. Quanto aos traços de personalidade, evidenciou-se que a maioria dos participantes apresentou a característica da reserva, sendo um fator de risco para estas pessoas. A participação da família, a religiosidade e a assistência dos profissionais de saúde, são considerados fatores protetivos para o suporte social da resiliência. Os domínios relações sociais e o meio ambiente da qualidade de vida apresentaram diferença significativa (p=0,018 e p=0,043, respectivamente). Conclui-se que a maioria dos indivíduos analisados, apesar de serem reservados e conduzirem sua vida de forma satisfatória, apresentam-se resilientes as adversidades de seu dia a dia. Nesta perspectiva, destaca-se a necessidade de que os serviços de saúde possam funcionar como fontes de apoio e de estratégias que auxiliem no sentido de promover o exercício da cidadania das pessoas que vivem com HIV/AIDS.