Caetite, L. C. O. Utilização de DPKSH e DPKBH como novos fluoróforos da
reação quimiluminescente do sistema peróxi-oxalato para desenvolvimento de
procedimento analítico de determinação de íons chumbo (II). 2014. 103 pg.
Dissertação - Programa de Pós-Graduação em Ciência & Tecnologia - Química.
Centro de Ciências Naturais e Humanas, Universidade Federal do ABC, Santo
André.
O íon PbII possui ocorrência natural e é considerado um dos contaminantes
mais comuns da biosfera. Além de não possuir função fisiológica no organismo
humano, se ingerido ou inalado pode causar danos à saúde, por isso sua
concentração em água potável é monitorada.
Os métodos mais utilizados para esta finalidade são os espectroscópicos,
porém, este trabalho propõe a utilização de reações quimiluminescentes como
alternativa.
Os métodos quimiluminescentes são caracterizados pela alta sensibilidade e
ampla faixa linear para detecção de analitos. Dentre estes métodos, a reação
quimiluminescente peróxi-oxalato (QL-PO) apresenta alto rendimento quântico de
quimiluminescência (cerca de 34%), o que justifica a ampla aplicação analítica deste
sistema.
A QL-PO envolve a oxidação de ésteres oxalatos por H2O2, formando
intermediários capazes de excitar moléculas denominadas fluoróforos, que
funcionam como catalisadores da reação. Neste sentido, avaliou-se a aplicação dos
agentes complexantes di-2-piridil cetona benzoilhidrazona,DPKBH, e di-2- piridil
cetona saliciloilhidrazona,DPKSH, como fluoróforos em QL-PO, e, posteriormente,
foi desenvolvido método analítico para quantificação do íon PbII em água potável, por
meio da formação de complexos do íon metálico com DPKBH.
Ambos os complexantes apresentam propriedades fluorescentes, sendo que os
comprimentos de onda de absorção, emissão e excitação de DPKBH são 325, 364 e
310 nm, respectivamente. Para DPKSH estes valores são 337, 380 e 308 nm. O
comprimento de onda referente à emissão da reação QL-PO foi 413 nm, no entanto,
DPKSH não apresentou emissão quimiluminescente e suprimiu os decaimentos nos
estudos quimiluminescentes onde foi aplicado, portanto, decidiu-se utilizar apenas
DPKBH como fluoróforo.
Durante a otimização da metodologia constatou-se que o solvente ideal para
sistema em estudo foi o 1, 2-dimetoxietano, DME. O sistema tamponante escolhido
HCO3
-/CO3
-2, pH 10,3. As concentrações mais adequadas das soluções aplicadas
foram HCO3
-/CO3
-2 1,00.10-3 mol L-1, DPKBH1,00.10-3 mol L-1, TCPO1,00.10-3 mol L-1
e H2O2 5,00.10-4 mol L-1.
Foi verificado por espectroscopia de absorção molecular que a formação de
complexos entre PbII e DPKBH é efetiva quando o agente complexante está em
excesso de cinco vezes em relação ao íon metálico.
A adição de PbII à reação QL-PO causa a supressão de 64% dos sinais,
comprovada por meio da construção de curvas analíticas de H2O2 aplicando-se
DPKBH ou o complexo PbII:DPKBH como fluoróforos.
VII
Pela da equação de Stern-Volmer foi possível determinar o íon em água em
uma faixa de 1,00.10-5 a 2,00.10-4 mol L-1 (2,07 a 41,4 mg L-1), com LD e LQ de
2,16.10-6 mol L-1 (0.448 mg L-1) e 7,21.10-6 mol L-1 (1,49 mg L-1) (R2 0,9894).
Amostras de água mineral, de torneira e efluente doméstico tratado foram
submetidas à análise por QL-PO, onde foram obtidas concentrações de 2,98; 10,4 e
3,36 mg L-1 de PbII, respectivamente. Os resultados foram comparados com os
obtidos por GFAAS, onde encontrou-se 6,43; 7,03 e 6,84 μL L-1 de PbII. Como os
resultados foram muito diferentes, optou-se pela determinação do analito por QL-PO
construindo-se curvas de adição de padrão em meio das amostras.
Verificou-se que houve interferência por parte da matriz, portanto, a
determinação de PbII foi realizada por meio de curvas com adição de padrão, onde
obteve-se 396, 234 e 4248 μg L-1 do íon nas amostras de água mineral, de torneira e
efluente doméstico.
A falta de concordância entre os resultados obtidos mostra que o método
proposto não pode ser aplicado a esse tipo de amostras. Acredita-se que os
resultados encontrados pelo método proposto reflitam a interferência de outros íons
como FeIII, CuII e ZnII que geralmente estão presentes em amostras de água e que
também formam complexos com o DPKBH, causando assim uma interferência