As vacas leiteiras são desafiadas a desempenhar o máximo da sua capacidade
produtiva, principalmente, durante o período de transição (três semanas
anteriores e três semanas posteriores ao parto). Este período é caracterizado
por intensas mudanças no metabolismo que causam um balanço energético
negativo. Este fato gera uma perda de peso característica do período, que tem
sido correlacionada com a resistência periférica à insulina, haja vista, que a
glicose disponível esta sendo destinada para síntese de lactose, que por sua
vez é responsável, parcialmente, pelo volume de leite produzido. Além disso,
durante a lactação há vários manejos que podem oferecer risco à saúde dos
animais, caso não sejam executados adequadamente, causando traumas e
predispondo o animal a infecções, especialmente, da glândula mamária, já que
ela é intensamente manipulada e tem contato com vários agentes
potencialmente infecciosos. A partir de uma porta de entrada estes agentes
podem infectar a glândula causando a mastite, que pode se apresentar na
forma clínica (com presença de sinais clínicos), ou subclínica (sem sinais
clínicos). Nas situações de desequilíbrio metabólico, ou em casos de mastite, a
produção de leite pode ser prejudicada. Diante disso, há uma busca constante
por tecnologias que possam minimizar estes transtornos e auxiliar os sistema
de produção. Nosso objetivo foi verificar o efeito da associação de butafosfan e
cianocobalamina sobre o metabolismo glicêmico de vacas leiteiras saudáveis
no período pós-parto, além dos seus efeitos sobre a recuperação da glândula
mamária em vacas leiteiras após o tratamento de mastite clínica. Para tanto,
nosso estudo foi estratificado em dois trabalhos com as seguintes hipóteses: 1)
a utilização da associação de butafosfan e cianocobalamina pode intensificar a
resistência à insulina periférica, disponibilizando maior quantidade de glicose
para a produção de leite em vacas leiteiras; 2) a suplementação da associação
de butafosfan e cianocobalamina pode auxiliar na recuperação da glândula
mamária de vacas leiteiras, após o tratamento da mastite clínica. No
experimento 1, os animais que receberam sucessivas doses de butafosfan e
cianocobalamina tiveram maior perda de peso e aumento (P<0,05) das
atividades das enzimas aspartato amino transferase e creatinoquinase. Além
disso, ao final do tratamento houve aumento (P<0,05) dos níveis glicêmicos
nos animais tratados, quando comparados ao inicio. No experimento 2, as
análises comparativas entre as mastites, leve e moderada, não diferiram em
nenhum dos parâmetros (P>0,05). Os animais tratados com butafosfan e
cianocobalamina apresentaram menor (P<0,05) contagem de células
somáticas após a terceira aplicação. Entretanto, os níveis de glicose, albumina,
PPT, AGNES e os componentes químicos e físicos do leite não diferiram
(P>0,05) entre os grupos. Nessas condições de estudo, podemos concluir que
a associação de butafosfan e cianocobalamina apresenta resultados
promissores como fonte de nutriente que permite intensificar as reações
fisiológicas, principalmente, as dependentes de fosforilação.