O PROALFA é um Programa de Avaliação da Alfabetização aplicado em Minas
Gerais, com o objetivo de verificar o grau de alfabetização em que se encontram
alunos matriculados nas escolas públicas estaduais do Estado. A questão central
desta dissertação é avaliar o impacto dos resultados dessa avaliação no ambiente
escolar, a partir de pesquisa em cinco escolas públicas da Rede de Ensino
Estadual de Juiz de Fora, MG. Para tanto, partimos da concepção de linguagem
como algo que se realiza a partir da interação entre dois ou mais sujeitos
inseridos em um contexto social, considerando a forma pela qual os profissionais
que ministram aulas nos anos iniciais concebem o processo de alfabetização e
letramento. Buscamos arcabouço teórico em Bakhtin (2002), Rojo (2009), Bortoni-Ricardo (2006, 2009), Kleiman (1997), Mortatti (2004) e Soares (2006). Para
analisar a avaliação nesse contexto, recorremos às produções de Franco (2007),
Freitas (2007) e Sousa e Oliveira (2010). Na revisão da literatura, destacamos os
trabalhos já produzidos sobre o PROALFA, a saber: as dissertações de Silva
(2005), Falci (2005) e Carvalho (2010); as publicações em periódicos de Monteiro
(2010) e Carvalho e Macedo (2010). A partir da observação de resultados nos
boletins do PROALFA, foram escolhidas as escolas a serem pesquisadas: três
escolas, que melhoraram nos índices, e duas, que tiveram queda no resultado
2009-2011. Na pesquisa de campo, foram realizadas entrevistas
semiestruturadas com a participação de diretores, coordenadores e professores
que atuaram nos últimos anos no 3º ano do Ensino Fundamental e profissionais
que foram responsáveis pela idealização, construção e implantação do PROALFA
em Minas Gerais. Após a análise das entrevistas, realizada por meio de núcleos
de significação, concluímos que o PROALFA é uma avaliação que tem alterado a
prática dos professores, coordenadores e gestores das escolas públicas
estaduais desse Estado, ora aproximando os profissionais de uma nova
concepção de ensino, ora trazendo para a sala de aula a prática de treinamento
para avaliação. Percebemos que os profissionais não têm conhecimento
suficiente dos mecanismos de funcionamento da referida avaliação.