A discussão sobre a democratização do ensino no Brasil pautou-se por décadas na prioridade de acesso, permanência e conclusão da educação básica. Para tratar deste expediente no que concernem especialmente as políticas de auxílio às escolas, o Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos Anísio Teixeira (INEP) elaborou, em 2005, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), um indicador nacional de qualidade calculado a partir dos resultados da Prova Brasil e das taxas de aprovação. Por um lado, para além do destaque de escolas que alcançam as metas estabelecidas há as unidades que apresentaram resultados muito aquém do esperado. Nestes casos, observamos, entre outras questões, sua potencial exposição nos meios de comunicação e, ainda, a intervenção do PDE-Escola: uma política específica do Programa de Desenvolvimento de Educação (PDE) que auxilia o gerenciamento de unidades de ensino que tiveram resultados negativos no IDEB. A partir disso, nos chamou a atenção o caso da Escola Municipal Odette Fonseca, alocada no município de Petrópolis (RJ), unidade escolar que apresentou resultados adversos nos índices referentes às turmas de 5º ano (únicas avaliadas nesta instituição). Em 2009, exibiu o pior resultado no IDEB entre as cerca de 80 escolas da rede que atendiam o mesmo público por segmento educacional. Dois anos depois - contando com a implantação do PDE-Escola - o IDEB subsequente subiu próximo à casa dos 70%, ou seja, a maior progressão entre todas as escolas de mesmo segmento. Com isso, o objetivo deste trabalho foi verificar os possíveis impactos do IDEB e do PDE-Escola na gestão escolar e no trabalho docente. Procuramos centrar na ideia de que há de se avaliar a escola como um todo antes, durante e depois destes referidos fenômenos. Assim sendo, a metodologia deste trabalho contou em parte com um levantamento documental, abarcando-se informações entre os anos de 2006 a 2011, além das falas de gestores, professores, funcionários administrativos, pais e alunos que tiveram e/ou ainda tem contato direto com a escola. Justificamos a relevância deste estudo devido ao fato de que, entre outras demandas, há escassas pesquisas dessa natureza, ou seja, que dão conta da sociologia interna da escola e suas questões contextuais, especialmente aludindo-se aos possíveis efeitos das recentes estratégias de aferição ou busca de qualidade das escolas públicas no Brasil. Concluímos que houve impacto na gestão escolar e no trabalho docente principalmente após a divulgação do resultado do IDEB no ano de 2010 (referente a 2009) e, em menor intensidade, após a chegada do PDE-Escola na unidade. Constatou-se, ainda, que há pouco conhecimento da comunidade escolar sobre a sistematização desses dois mecanismos, mas que o sentimento de responsabilização entre os professores e a direção da escola foi consideravelmente reforçado pela publicação do resultado de 2009 em veículos de comunicação local, inclusive sugerindo para futuras discussões, questões concernentes a três situações: 1) ao efeito correspondente a tais publicações; 2) à eficácia (ou não) da implantação do PDE-Escola dentro de uma instituição e 3) ao papel da imprensa nesse processo.