Distúrbios na coativação muscular são frequentemente descritos em indivíduos hemiparéticos espásticos pós acidente vascular encefálico (AVE) que resulta em desperdício energético e fraqueza muscular. A alteração do comprimento muscular causada pela mudança da posição corporal parece resultar em diferentes respostas de ativação e força dos músculos extensores e flexores do joelho. Diante disso, o objetivo desse estudo foi avaliar a influência das posições sentada e supina na coativação e no pico de torque dos músculos extensores e flexores do joelho de indivíduos espásticos hemiparéticos crônicos após AVE. Participaram do estudo vinte e um homens com diagnóstico de AVE há pelo menos seis meses. Foi feito o registro eletromiográfico dos músculos reto femoral, vasto medial e semitendíneo enquanto os voluntários realizavam cinco contrações isocinéticas no modo concêntrico/concêntrico de extensão e flexão do joelho a 60º/s na posição sentada (85º de inclinação posterior do encosto em relação ao plano horizontal) e supina (10º). Foi analisado o intervalo entre desativação e ativação muscular (AGO-ANT), Índice de Coativação (ICa), Pico de torque (PT), Ângulo de ocorrência do PT (APT) e Tempo para o PT (TPT). De acordo com os resultados, não houve diferenças do intervalo AGO-ANT do membro parético. O ICa do músculo semitendíneo do membro parético exibiu valores menores na posição supina em comparação a sentada 0,36±0,33 e 0,44±0,33 (p=0,048). Em relação ao ICa do músculo reto femoral não houve diferença entre as posições: 0,28±0,25 sentada e 0,23±0,21 supina. Os dados de torque do membro parético não variaram entre as posições para ambos os grupos musculares (Sentado: PT extensor = 56,48±37,62N.m; PT flexor = 12±11,1N.m; APT extensor = 50,92±12,34% da amplitude total; APT flexor = 60,64±19,30%; TPT extensor = 0,85±0,31s; TPT flexor = 0,61±0,44s; Supino: PT extensor = 52,29±32,37N.m; PT flexor = 10,95±6,4N.m; APT extensor = 54,14±10,93% da amplitude total; APT flexor = 55,29±19,4%; TPT extensor = 0,86±0,22s; TPT flexor = 0,63±0,48s). Conclui-se que a posição supina resultou em menor coativação do músculo semitendíneo do membro parético. A magnitude e o instante de ocorrência do pico de torque não variaram entre as posições sentada e supina em ambos os grupos musculares avaliados do membro parético.