O presente estudo teve como objetivo estudar os aspectos da termoregulação em H. polylepis,
buscando compreender quais fatores interferem na sua temperatura corporal, levantar
informações sobre o uso do habitat e apresentar uma técnica de individualização através de
marcas naturais para essa serpente. Os dados foram coletados, na comunidade de Porto Novo,
Baixo Tapajós, Oeste do Para, Brasil. Foram usadas analise de regressão linear, para
comparações entre a Temperatura corporal, e as seguintes variáveis: temperatura da água,
temperatura ambiental, massa e o comprimento rostro-cloacal (CRC). As comparações da
Temperatura corporal com micro-habitat e comportamento foi usado ANOVA one-way. Foram
coletados 46 indivíduos de H. polyleps. A Tc teve máxima de 29,8ºC, mínima de 24,5ºC e média
de 27,48ºC. Os resultados foram significativos para a relação da Tc com as seguintes variáveis:
temperatura da água (r² = 0,373 e p = 0,00001), temperatura do ambiente (r² = 0,2110 e p =
0,00132), massa (r² = 327, p = 0,00032) e CRC (r² = 0,224, p = 0,00087). Para as comparações
se a Tc é influenciada pelo micro-habitat e pelo comportamento, os resultados não foram
significativos (p = 0,3425, p = 0,2929 respectivamente). Foram fotografados 64 animais, onde
oito foram recapturados com 96% de acerto na identificação através do banco de fotografias.
Nossos resultados demonstram que o tamanho corporal e o ambiente são fundamentais para a
termorregulação de H. polyleps e que o uso de marcas naturais é eficiente para a identificação
individual nesses animais. No entanto, as estratégias termais de serpentes provavelmente são
mais complexas do que o conhecimento atual, para isso novos trabalhos são fundamentais para
uma melhor compreensão.