Os crustáceos identificados são provenientes de 10 cruzeiros de prospecções pesqueiras realizados pelo navio de pesquisa “Almirante Paulo Moreira”, pertencente ao Centro de Pesquisa e Gestão do Uso dos Recursos Pesqueiros do Litoral Norte (CEPNOR/IBAMA), no período de 1996 a 1998. A área estudada compreende a costa dos estados do Amapá e Pará, inseridos na zona econômica exclusiva do norte do Brasil, aqui denominadas áreas ao norte e ao sul do Cabo Norte, respectivamente. Os exemplares foram capturados com rede de arrasto de fundo para camarão. Depois das coletas foram acondicionados em basquetas com gelo, e etiquetadas, com data, lance de pesca e posição. Os indivíduos foram identificados no laboratório de Crustáceos do CEPNOR e no laboratório de Carcinologia do Departamento de Pesca e Aquicultura da Universidade Federal Rural de Pernambuco, com o auxílio de bibliografia pertinente. Esta tese está composta por seis capítulos. No Capítulo I há uma Apresentação Geral. No Capítulo II foi verificada que a fauna está composta por 92 espécies distribuídas entre: anomuras (Uroptychus nitidus, Agononida longipes, Munida atlantica, Munida iris, Munida valida, Munidopsis sigsbei, Porcellana sayana, Albunea paretii, Lithodes manning e Paralomis granulosa); camarões dendrobranquiatas (Aristaeopsis edwardsiana, Aristeus antillensis, Farfantepenaeus brasiliensis, Farfantepenaeus subtilis, Mesopenaeus tropicalis, Penaeopsis serrata, Rimapenaeus constrictus, Rimapenaeus similis, Sicyonia dorsalis, Sicyonia stimpsoni, Sicyonia typica, Solenocera atlantidis, Solenocera geijskesi e Xiphopenaeus kroyeri); camarões carídeos (Acanthephyra eximia, Exhippolysmata oplophoroides, Glyphocragon alispina, Glyphocrangon neglecta, Glyphocragon spinicauda, Oplophorus gracilirostris, Nematopalaemon schmitti, Heterocarpus ensifer, Plesionika acanthonotus, Plesionika ensis, Plesionika martia e Psalidopus barbouri); caranguejos (Anasimus latus, Calappa nitida, Calappa ocellata, Calappa sulcata, Cryptosoma bairdii, Dromia erythropus, Hepatus gronovii, Hepatus pudibundus, Hepatus scaber, Holoplites armatus, Leiolambrus nitidus, Libinia bellicosa, Libinia ferreirae, Mithrax hispidus, Moreiradromia antillensis, Myropsis quinquespinosa, Nemausa acuticornis, Nemausa cornuta, Paractaea nodosa, Paradasygyius tuberculatus, Persephona lichtensteinii, Persephona mediterranea, Persephona punctata, Planes major, Platylambrus serratus, Raninoides laevis, Rochinia confusa, Rochinia crassa, Rochinia umbonata, Stenorhynchus seticornis e Stenocionops spinosissimus); estomatópodes (Lysiosquilla scabricauda, Parasquilla meridionalis, Squilla empusa e Squilla lijdingi); isópodes (Bathynomus giganteus e Bathynomus miyarei); lagostas (Palinustus truncatus, Panulirus argus, Parribacus antarcticus, Scyllarides delfosi, Acanthacaris caeca, Nephropsis aculeata, Nephropsis rosea, Polycheles typhlops e Stereomastis sculpta) e portunídeos (Callinectes danae, Callinectes marginatus, Callinectes ornatus, Chaceon sp., Cronius ruber, Portunus (Anchelous) ordwayi, Portunus (Anchelous) spinicarpus, Portunus (Anchelous) spinimanus, Portunus (Portunus) anceps e Portunus (Portunus) rufiremus). No Capítulo III, foi constatado que os estomatópodos foram mais comuns na plataforma continental externa (60 – 100 m) ao norte e ao sul, na plataforma continental média (40 – 60 m); o grupo foi encontrado preferencialmente em fundo de cascalho na área ao norte e em lama ao sul; ao norte as espécies foram mais abundantes no período seco (junho a novembro), já ao sul, no chuvoso. No Capítulo IV, foi verificado que a maioria dos isópodes foi capturada na divisão mesopelágica do talude (200 – 1.000 m) ao norte e ao sul foram exclusivos nesta divisão; apresentaram preferência por cascalho ao norte e por areia cascalhosa ao sul; ao norte as espécies foram mais abundantes no período seco (junho a novembro) e ao sul no chuvoso (dezembro a maio). No Capítulo V, foi constatado que as lagostas foram mais comuns no talude mesopelágico (200 a 1.000 m) ao norte e na plataforma continental externa (60 a 100 m) ao sul; o grupo foi encontrado preferencialmente em fundo de areia lamosa ao norte e ao sul em areia cascalhosa e areia lamosa; ao norte as espécies foram mais abundantes no período seco (junho a novembro) e ao sul no chuvoso (dezembro a maio). No Capítulo VI (Parte 1), foi verificado que os camarões dendronbranquiatas foram mais comuns na plataforma continental externa (60 a 100 m) ao norte e na média (40 – 60 m) ao sul; o grupo foi encontrado preferencialmente em fundo de cascalho ao norte e ao sul em lama; ao norte as espécies foram capturadas apenas no período seco (junho a novembro) e ao sul preferencialmente no seco (junho a novembro). No Capítulo VI (Parte 2), foi constatado que os camarões carídeos foram mais comuns no talude mesopelágico (200 – 1.000 m) em ambas as áreas; o grupo foi encontrado preferencialmente em fundo de cascalho ao norte e ao sul em areia lamosa; ao norte as espécies foram capturadas preferencialmente no período seco (junho a novembro) e ao sul preferencialmente no chuvoso (dezembro a maio). A área ao norte apresentou uma menor riqueza de espécies em relação ao sul, porém, 34 espécies ocorreram em ambas.
Palavras chaves: Crustacea, Norte do Brasil, REVIZEE NORTE.