Esta tese tem como objeto o cuidado de enfermagem para a segurança na instalação da sonda enteral às cegas. A técnica “às cegas” não propicia a visualização das estruturas anatômicas para o alcance do sítio final de localização deste dispositivo e nem por este motivo este cuidado é evitado ou menos utilizado nas unidades hospitalares. A utilização de um checklist para a instalação da sonda enteral em resposta a um incidente de desvio da sonda enteral foi implementado e necessitou de validação. O objetivo principal foi validar um checklist para a instalação da sonda enteral às cegas, com base nos princípios de segurança internacional e experiência institucional. A pesquisa foi metodológica, quase experimental, com dispositivo de intervenção, com o qual se buscou a reformulação de um instrumento construído pela autora. Desenvolvida nas unidades de terapia intensiva, pós-operatório, coronariana, unidades clínicas e emergência de um hospital privado do Rio de Janeiro. A trajetória metodológica envolveu três fases para a validação de face, conteúdo e de constructo. O delineamento temporal foi retrospectivo e prospectivo, com análise mista dos instrumentos. Na análise quantitativa, utilizou-se o programa SPSS 18.0 e análise de concordância através do Índice de Validade de Conteúdo, com utilização da Escala de Likert. Na análise qualitativa, utilizou o software Atlas ti. Os resultados da Versão 1 do checklist apontaram valores de corte abaixo de 80%, associados à avaliação dos enfermeiros assistenciais sobre itens a serem revistos, tais como: dados de identificação dos pacientes, materiais pouco utilizados na assistência, contraindicações da instalação da sonda enteral, indicações do posicionamento da sonda pós-pilórica, itens sem clareza na linguagem, ausência de coluna “não se aplica”, dentre outros. Observada a realização do cuidado no serviço diurno (66,9%), o alcance do sítio pós-pilórico em 66,6% dos instrumentos e a preferência pela técnica de insuflação de ar para este alcance (50,0%), quatro incidentes sem danos aos pacientes foram evidenciados pela radiografia, três sondas em esôfago (0,9%) e uma sonda em pulmão (0,3%). Na validação da Versão 2 do checklist, observou-se concordância acima de 80% na maioria dos itens por um painel de juízes. Formatou-se a Versão Final do checklist, após a revisão de itens, em especial quanto à clareza da informação. Assim, considera-se alcançada a validação de conteúdo do instrumento pelas fases envolvidas no estudo, com pretensão para futuros estudos balizados pela avaliação clínica da versão final, além do enfoque nos métodos clínicos à beira-leito.