O consumo de dieta rica em açúcar e gorduras tem sido uma prática frequente entre os adolescentes e aumenta o risco para obesidade. A educação alimentar na escola pode contribuir para promoção da incorporação de práticas alimentares mais saudáveis. O envolvimento do professor é essencial, assim sua capacitação e conhecimento da representação social do alimento por este agente é fundamental para o processo. O objetivo deste estudo foi verificar o impacto de intervenções em alimentação em adolescentes e a representação social do alimento pelos Professores de Educação Física. Os objetivos específicos: verificar o impacto da intervenção sobre o padrão alimentar dos adolescentes, o estado nutricional, maturação sexual, estágios de mudança de comportamento para açúcar, gorduras, frutas e vegetais; percepção de consumo pelos adolescentes quanto à ingestão de frutas e vegetais e discutir a representação social do alimento pelo Professor de Educação Física. Método: O estudo realizado foi quantitativo e qualitativo em seis Escolas Técnicas do município de São Paulo. Para o estudo quantitativo longitudinal participaram 226 adolescentes, entre 13 a 19 anos, de ambos os sexos, no período entre março a novembro de 2010 e novembro de 2012. Foi avaliado peso, altura, índice de massa corporal, circunferência de cintura, estágio de mudança de comportamento e consumo alimentar por questionário de frequência alimentar semiquantitativo. Na caracterização do grupo foi usado o Teste Qui-quadrado. Os padrões alimentares foram identificados pela análise fatorial com rotação Varimax. Nas associações para a avaliação do impacto da intervenção foram usados os testes de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis. No estudo qualitativo participaram seis Professores de Educação Física. A representação social do alimento pelo professor foi verificada por entrevistas efetuadas entre março a maio de 2014 utilizando a História oral de vida. Para a análise de conteúdo foi utilizado Bardin. Foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo sob o parecer número 522.174. Resultados: Foram identificados seis padrões alimentares (junk food, saudável, urbano, bebida matinal, tradicional, café e gorduras) que não se alteraram durante o estudo. Não foram observadas mudanças no IMC, com maior prevalência de eutróficos e púberes. Houve associação entre excesso de peso e risco cardiovascular e também entre obesidade e pós puberdade. O grupo intervenção apresentou percepção mais adequada quanto ao consumo de vegetais.Na análise das narrativas foram extraídas 13 categorias temáticas: aleitamento materno, alimentação na infância, cuidado materno, alimentação na adolescência, alimentação na escola, alimentação na fase adulta, família, memória alimentar, alimentação saudável, significado do alimento, saúde, participação no projeto, tema transversal. A representação social do alimento pelos professores focalizou na saúde, prazer e afeto. Conclusão: A intervenção educativa não propiciou mudanças nos padrões alimentares, quanto aos estágios de comportamento aparentemente pioraram, porém pode ser reflexo da melhor percepção de consumo. A representação social do alimento pelo Professor de Educação Física era conduzida por aspectos de saúde, prazer e afeto podendo interferir na sua prática pedagógica.