A ordem Clupeiformes pertence à divisão Teleostei, classe Osteichthyes, e encontra-se
atualmente dividida em subordens Denticipitoidei e Clupeoidei. São conhecidos
vulgarmente como sardinhas, arenques, e manjubas, exibem corpo achatado ou roliço,
alimentam-se de plâncton e vivem agrupados em grandes cardumes. Possuem hábitat
primariamente marinho, costeiro ou pelágico, no entanto existem algumas espécies
estuarinas e de água doce. Constituem um grupo muito importante na pescaria comercial
em todo o mundo. A história evolutiva das sardinhas neotropicais foi investigada, neste
estudo, a partir da genética molecular, utilizando-se como ferramenta genes do DNA
mitocondrial. Foram geradas duas filogenias, uma da subordem Clupeoidei do Atlântico
Neotropical e outra exclusivamente para os apapás da família Pristigasteridae do Atlântico
e Amazônia, também investigamos a estrutura genética de populações da manjuba
Opisthonema oglinum ao longo de toda a costa brasileira. Para a filogenia de Clupeoidei
foi verificado que o gene mitocondrial 16S recuperou as relações taxonômicas recuperadas
previamente na literatura. Todas as análises apontaram para o monofiletismo das famílias
Engraulidae e Pristigasteridae, e a provável parafilia de Clupeidae. A reconstrução
filogenética não corrobora a separação de Pristigasteridae em duas subfamílias, como
proposta em estudos anteriores. Isto porque a inclusão dos táxons Chrirocentrodon
bleekerianus, Ilisha amazonica, Pellona harroweri, Pristigaster cayana, e Odontognathus
mucronatus, pela primeira vez em uma filogenia molecular, revelaram uma grande
politomia dentro desta família. A filogenia molecular de Pristigasteridae foi obtida a partir
dos genes mitocondriais 16S, COI e Cit b, e este estudo revelou o monofiletismo do gênero
Pellona, sendo o táxon marinho mais basal em relação as espécies de estuário e água doce.
Neste trabalho também foi investigada a variabilidade genética do clupeídeo Opisthonema
oglinum, da costa brasileira, a partir de sequencias e DNA da região controle do mtDNA.
Os resultados mostraram que O. oglinum encontra-se em equilíbrio genético e um único
pool gênico, pois não foi observada estruturação genética significativa, indicando alto
fluxo gênico entre as populações analisadas.