A osteopontina (OPN) é uma proteína amplamente expressa no organismo,
apresentando funções fisiopatológicas. No câncer, a OPN apresenta-se
superexpressa tanto no tecido tumoral, quanto nas células do microambiente tumoral.
O gene codificador da OPN apresenta splicing alternativo, gerando pelo três isoformas
mais bem caracterizadas, denominadas de osteopontina-a (OPNa), osteopontina-b
(OPNb) e osteopontina-c (OPNc), as quais diferem em expressão e papel funcional, e
outras duas mais recentemente descritas em amostras de carcinoma esofágico,
denominadas de osteopontina-4 (OPN4) e a osteopontina-5 (OPN5). Entre as
variantes de splicing da osteopontina (OPN-VS), o perfil de expressão e o papel
funcional das isoformas OPN4 e da OPN5 em tipos distintos de câncer ainda não
foram investigados. Neste trabalho objetivamos investigar seus perfis de expressão
em diversas linhagens de células tumorais, além de compará-los em relação às três
OPN-VS descritas anteriormente, a OPNa, a OPNb e a OPNc. O RNA total das
linhagens celulares tumorais, incluindo as de próstata (PC3 e DU145), ovário (A2780),
mama (MCF-7 e MDA-MB-231), colorretal (Caco-2, HT-29 e HCT-116), tireoide (TT,
TPC1 e 8505c), leucemia linfoblástica aguda de células B (RS4;11) e pulmão (A549 e
NCI-H460) foram extraídos, seguido de síntese de cDNA. A análise do perfil de
expressão dos transcritos das OPN-VS por PCR convencional ou PCR em tempo real
foi realizada utilizando oligonucleotídeos específicos das OPN-VS e dos genes
constitutivos GAPDH e β-actina. Os transcritos da OPN4 e OPN5 apresentaram
coexpressão na maioria das linhagens celulares testadas. A OPN4 se mostrou
expressa em níveis semelhantes ou superiores em relação à OPN5. Além disso, a
OPN4 também é expressa em níveis semelhantes à OPNa ou à OPNb. A expressão
da OPN5 também é variável em relação às demais OPN-SV, apresentando expressão
em níveis semelhantes ou superiores em relação à OPNc, dependendo da linhagem
celular testada. A OPN4 e a OPN5 também são superexpressas na maioria das
amostras clínicas analisadas em comparação aos tecidos não tumorais
correspondentes. Uma vez que a OPN4 e a OPN5 são diferencialmente expressas e
também evidenciam padrões de expressão tumor-específicos, hipotetizamos que, de
forma semelhante às demais OPN-VS, estas variantes possivelmente também
contribuem para aspectos-chave da progressão tumoral, devendo ser funcionalmente
investigadas em distintos modelos tumorais.