Esta dissertação tem por objetivo analisar estatisticamente as variáveis dendrométricas levantadas pelo Inventário Florístico
Florestal do Estado de Santa Catarina, através do uso das ferramentas da estatística descritiva
e inferencial, buscando estimar parâmetros que permitam comparações e acompanhamento
futuro da estrutura florestal. Realizaram-se análises de variabilidade, cálculos de suficiência
amostral e de estimadores de riqueza de espécies (aos quais foram computadas medidas de
desempenho), ajuste de modelos hipsométricos e volumétricos e estimativas de variáveis
dendrométricas (árvores vivas e mortas), realizando inferências com seus intervalos de
confiança. Também foi investigada a diferença nas estimativas da variância entre e dentro das
Unidades Amostrais, às quais verificou-se serem equivalentes. Foram estimados: diâmetro a
altura do peito, altura do fuste, altura dominante, altura total, número de indivíduos, número
de espécies (somente para árvores vivas), área basal e volume do fuste. Para a regeneração,
estimaram-se altura total, número de indivíduos e número de espécies. Os dados utilizados
para a realização destas estimativas provêm do Inventário Florístico-Florestal de Santa
Catarina. Os mesmos têm origem em 418 Unidades Amostrais (conglomerados), implantadas
no Estado de Santa Catarina, contemplando três regiões fitoecológicas: Floresta Estacional
Decidual, Floresta Ombrófila Mista e Floresta Ombrófila Densa. Estes conglomerados são
constituídos por quatro subunidades de 1.000 m², onde foram levantados todos os indivíduos
arbóreos com DAP ≥ 10cm. A implantação destas Unidades Amostrais deu-se sobre uma
grade de pontos com distância de 10km x 10km para as Florestas Ombrófila Mista e Densa;
na Floresta Estacional Decidual, a amostragem foi adensada para uma grade de 5km x 5km
(devido à fragmentação). As análises de variabilidade entre as subunidades de cada Unidade
Amostral revelaram que não existem diferenças significativas em sua maioria, sendo estas
representativas de seus fragmentos. O cálculo de esforço amostral, realizado através da
variabilidade das variáveis dendrométricas e curvas de suficiência florística e estabilidade,
corroborou a hipótese estatística de suficiência, tanto nas regiões fitoecológicas quanto
individualmente, na maior parte das Unidades Amostrais, para o estrato arbóreo. Já a
regeneração necessita de um maior esforço amostral. O ajuste de modelos hipsométricos foi
fundamentado em duas bases de dados: alturas medidas com o hipsômetro e alturas estimadas em campo pelo engenheiro; a concordância entre estes modelos foi testada através do teste F, legitimando a mesma. Os modelos volumétricos foram ajustados a partir da cubagem rigorosa do fuste e obteve-se um bom grau de qualidade no ajuste. As estimativas dendrométricas foram feitas com base na teoria dos intervalos de confiança, fornecendo parâmetros que apresentaram diferenças quando submetidos aos testes de hipóteses. Ao final, é apresentada uma proposta para o segundo ciclo do inventário, baseada na remensuração anual de 20% das Unidades Amostrais (selecionadas sistematicamente) e na estimativa das mudanças por meio de regressão.