BOYDA-ANDRADE, S. Morfobiometria dos anéis de ossículos esclerais em Testudines.
Salvador, 2021. 128p. Tese (Doutora em Ciência Animal nos Trópicos) – Escola de Medicina
Veterinária e Zootecnia – Universidade Federal da Bahia.
A descrição morfobiométrica dos anéis de ossículos esclerais em Testudines é fundamental para
o preenchimento das lacunas existentes no conhecimento sobre sua estrutura, aspectos
fisiológicos e taxonômicos. Portanto, objetivou-se realizar um estudo desses anéis por métodos:
1 – anatômicos, com uso de osteotécnicas (maceração e diafanização) e histológicos (coloração
por HE e histoquímica por Tricrômico de Masson e Picrosírius Red) em 25 cabeças congeladas
de tartarugas-verdes (Chelonia mydas), para descrição morfológica e craniométrica do aditus
orbitae e dos anéis esclerais, além de contagem, classificação anatômica e descrição histológica
dos ossículos individuais; 2 - ultrassonográficos e tomográficos, realizados em uma tartarugaverde (C. mydas), um tigre-d’água (Trachemys dorbigni) e um jabuti-piranga (Chelonoidis
carbonarius), para descrição anatômica e ecobiometria da espessura, densidade, largura e
diâmetros de cada anel ossicular. Os principais dados obtidos foram: 1 - variação do número de
ossículos por anel (entre nove e dezessete) dentro da faixa relatada para répteis, ossículos
individuais com formato trapezoide, diâmetro médio interno (6,32 mm) característico de
espécies escotópicas, área média da abertura interna com representação máxima de 8,37% da
área orbital, proposta de duas novas classificações para os tipos ossiculares (plus-Verzahnug e
minus-Verzahnug), tecido ósseo com arranjo lamelar típico de ossos compactos e resistentes,
porém, sem características de remodelação óssea; 2 - semelhanças morfológicas gerais e de
localização entre os anéis dos três animais avaliados, com algumas diferenças ecobiométricas
(os anéis da tartaruga-verde foram, visivelmente, maiores), provavelmente devido à diferença
de tamanho entre os animais. Os resultados podem ser úteis para deduções sobre fisiologia,
padrões de atividade, interpretações tafonômicas e distinção entre táxons, além da compreensão
sobre homologia entre as espécies. Tanto a ultrassonografia quanto a tomografia
computadorizada foram ferramentas úteis para esta pesquisa.