Platynosomum fastosum apresenta distribuição em regiões tropicais e subtropicais, e
é o principal parasito do sistema biliar dos gatos domésticos. Os gatos podem ser
assintomáticos ou apresentar sinais graves de colangite. No Brasil a infecção é
relatada em todo território, porém na região Centro-oeste do país, há apenas estudos
post mortem. Diante disso o objetivo dessa pesquisa foi pesquisar a frequência do
parasitismo por P. fastosum em gatos domésticos atendidos no Hospital Veterinário
da Universidade Federal de Mato Grosso, campus Cuiabá, associando alterações
clínicas e laboratoriais (hemograma, bioquímico e ultrassonografia) com diferentes
técnicas coproparasitológicas (sedimentação formalina-éter, Faust e Hoffmann).
Foram avaliados 171 gatos clínica e laboratorialmente e um questionário
epidemiológico semiestruturado foi aplicado aos tutores. A prevalência observada foi
de 26,90%, sem associação significativa com gênero, estado reprodutivo, idade, hábito
de caça, acesso à rua, tratamento anti-helmíntico recente e desconhecimento do tutor
em relação ao parasitismo. Dos gatos avaliados, 55 (32,16%, valor de p< 0,01)
apresentaram sinais clínicos sugestivos de colangite com associação significativa ao
parasitismo. Em relação as variáveis clínico patológicas, observou-se leve neutrofilia
e elevação não significativa da atividade sérica de ALT e FA, enquanto os valores
médios de eosinófilos, leucócitos totais, proteína total, albumina e globulina se
encontravam dentro da normalidade. Os achados ultrassonográficos foram
semelhantes com os já descritos, ductos biliares dilatados, vesícula biliar espessada,
hepatomegalia e sedimento na vesícula biliar. O parasitismo por P. fastosum ocorreu
em aproximadamente um quarto (26,90%) dos gatos da amostra avaliada em CuiabáMT, com associação significativa com os sinais clínicos de colangite e concordância
regular entre as técnicas coproparasitológicas empregadas.