Este estudo teve como objetivo analisar se há associação entre marcadores sanguíneos de
estresse oxidativo com variáveis de saúde muscular, mental/cognitiva e qualidade de vida em
mulheres na pós-menopausa sedentárias e fisicamente ativas. Foram selecionadas 74 mulheres
na pós-menopausa (60,82±8,23 anos), que tiveram características clínicas, dados
antropométricos, de hábitos de vida e nutricionais coletados. O nível de atividade física foi
mensurado pelo questionário IPAQ-long form. Os marcadores sanguíneos utilizados foram as
atividades das enzimas CuZn-superóxido dismutase (CuZn-SOD) e catalase (CAT) e a
concentração de malondialdeído (MDA). A força muscular de membros inferiores foi aferida
através um aparelho com dinamômetro acoplado, desempenho físico através do teste de
caminhada de seis minutos, desempenho cognitivo avaliado pelo Montréal Cognitive
Assessment - MoCA), a escala de depressão usada foi a Geriatric Depression Scale - GDS15 e
para escore de qualidade de vida global, utilizou-se o questionário World Health Organization
Quality of Life – versão OLD. Modelos de regressão linear foram feitas a fim de verificar
associações entre os marcadores de estresse oxidativo com força muscular de membros
inferiores, desempenho físico, performance cognitiva, escala de depressão e escore de qualidade
de vida global. Foram eles: modelo 1: sem ajustes; modelo 2: ajustado para idade, índice de
massa corporal, número de medicamentos prescritos, ingestão de micronutrientes antioxidantes;
Modelo 3: ajustado para idade, índice de massa corporal, número de medicamentos prescritos,
ingestão de micronutrientes antioxidantes e nível de atividade física. A atividade de CuZn-SOD
associou-se significativamente de forma positiva à força muscular de membros inferiores no
modelo 1 (β=,268; p=,023), no modelo 2 (β=,325; p=,005) e no modelo 3 (β=,303; p=,002).
Similarmente, a concentração de MDA associou-se significativa e inversamente à qualidade de
vida global no modelo 2 (β= -,245; p=,021) no modelo 3 (β= -,273; p=,004). Não houve
associação significativa entre CAT e força de membros inferiores nos três modelos usados
(β=,090; p=,442; β=,106; p=,358; β=,117; p=,333, respectivamente), nem entre concentração
de MDA e força de membros inferiores nos três modelos utilizados (β= -,039; p=,742; β= -,040;
p=,737; β= -,068; p=,504, respectivamente). Ademais, também não se encontrou associação
significativa entre CuZn-SOD com qualidade de vida global (β= -,088; p=,458; β= -,090;
p=,439; β= -,121; p=,334, respectivamente), nem entre CAT e qualidade de vida global nos três
modelos utilizados (β=,041; p=,729; β= ,001; p=,994; β=,001 p=,987, respectivamente). Por
fim, não houve associação significativa entre qualquer dos marcadores sanguíneos (CuZn-SOD,
CAT ou MDA) com desempenho físico, desempenho cognitivo e escala de depressão. Conclui-
se que a atividade enzimática da CuZn-SOD associa-se com a força muscular de membros
inferiores em mulheres na pós-menopausa. Similarmente, a concentração de MDA possui
associação inversa com qualidade de vida global no mesmo grupo. Ambas as associações são
independentes de idade, índice de massa corporal, ingestão de micronutrientes antioxidantes,
número de medicamentos prescritos e nível de atividade física.