O objetivo neste estudo foi avaliar a utilização dos nucleotídeos adenosina-5-monofosfato (AMP), guanosina-5-monofosfato (GMP) e inosina-5-monofosfato (IMP) como fonte energética na dieta de frangos de corte sobre desempenho animal, perfil bioquímico, sistema imunológico, morfologia intestinal, rendimento de carcaças e cortes
e qualidade da carne de frangos de corte. Experimento 1: O período experimental foi de 21 a 42 dias de idade, 896 pintos de corte machos, da linhagem Cobb-Vantress®. O delineamento experimental foi inteiramente ao acaso, em arranjo fatorial (2 x 3) +1+1 (AMP e GMP 3 níveis de suplementação, + controle positivo (CP), + controle negativo
(CN)), totalizando 8 tratamentos, sendo o CP uma dieta convencional à base de milho e farelo de soja; controle CN com 100 kcal abaixo dos valores da dieta convencional, e suplementados nesta dieta com redução de energia 3 níveis de inclusão para AMP e GMP (0,07%, 0,14% e 0,21%), 7 repetições com 16 aves por unidade experimental. Uma
interação foi observada para triglicerídeos (P<0,05), em que os níveis de suplementação de AMP com 0,07% e 0,14% apresentaram menores valores quando comparados ao nível de 0,21% de AMP e todos os níveis de GMP. Houve efeito crescente de níveis (P<0,05) para AMP e quanto maior a suplementação de AMP, maiores foram os títulos de anticorpos. A partir de 0,21% de suplementação de AMP houve diferenças quando comparado ao tratamento CN. Para os demais parâmetros avaliados as variáveis não diferenciaram (P>0,05). Conclui-se que com 0,21% de suplementação de AMP houve melhora do sistema imune sem comprometer o desempenho, rendimento de carcaça e qualidade de carne. Experimento 2: Foram utilizados 960 pintos de frangos de corte de um dia de idade em um delineamento experimental inteiramente ao acaso, com seis tratamentos e oito repetições de 20 aves por unidade experimental. Os tratamentos
consistiram em: uma dieta convencional controle positivo (CP), uma dieta controle negativo (CN) com redução de 100 kcal/kg abaixo dos valores da formulação da CP e quatro níveis de suplementação do nucleotídeo inosina-5-monofosfato (IMP) em dieta CN (0; 0,07; 0,12; 0,17 e 0,22%) de 1 a 42 dias. Aos 21 dias de idade dos frangos de corte houve efeito linear decrescente (P<0,05) para a conversão alimentar (CA). No período de 1-21 dias de idade dos frangos de corte houve efeito linear decrescente (P<0,05) para a conversão alimentar (CA) sem influenciar (P>0,05) no ganho de peso (GP) e consumo de ração (CR). Houve efeito linear decrescente (P<0,05) para contagem de heterofilos, monócitos e basófilos aos 21 dias de idade. Pode ser observado aos 21 dias de idade efeito linear crescente (P<0,05) para contagem celular de linfócitos e para os títulos de anticorpos. Aos 42 dias de idade, pode ser observado efeito linear crescente (P<0,05) para o CR e GP. Aos 42 dias de idade pode ser observado efeito linear crescente (P<0,05) para a contagem de linfócitos e efeito linear decrescente (P<0,05) para os parâmetros de
contagem de heterofilos e glicose. A suplementação de IMP pode suprir a necessidade energética de dietas com redução de energia melhorando as variáveis de desempenho no nível de suplementação de 0,22% para fase inicial e 0,17% para fase crescimento, e contribuindo na modulação de células leucocitárias e produção de anticorpos a partir de 0,12% de suplementação sem influenciar negativamente no rendimento de carcaças e cortes, na qualidade da carne e na eliminação de amônia pelas excretas. Experimento 3:Foram utilizados 1000 frangos de corte de um dia de idade, machos, da linhagem comercial Cobb-Vantress®, distribuídos em um delineamento experimental inteiramente
ao acaso, em um esquema fatorial 5 x 2 (IMP x desafiados ou não com a vacina contra coccidiose) com cinco tratamentos e dez repetições de 20 aves por unidade experimental. Os tratamentos consistiram em uma dieta controle e quatro níveis de suplementação do nucleotídeo inosina-5-monofosfato na forma pura (IMP) (0,12; 0,17; 0,24 e 0,32%). No terceiro dia de idade, foi realizado um desafio sanitário com vacina viva atenuada de Eimeria spp. Houve interação (P<0,05) entre os níveis de IMP e o desafio vacinal para GP e CA para os frangos de corte. Desdobrando a interação para o GP, verifica-se que suplementando o IMP na dieta as aves desafiadas com 0,24% e 0,32% não foram observadas diferenças de GP quando comparada as aves não desafiadas. Altura de vilo, relação vilo:cripta de duodeno e altura de vilo, profundidade de cripta e relação vilo:cripta apresentaram interação (P<0,05) e desdobrando a interação pode ser observado maior altura de vilo das aves desaviadas nos níveis de suplementação 0%, 0,24% e 0,32% de IMP. Desdobrando a interação da relação vilo:cripta de jejuno pode ser bservado que as aves desafiadas apresentaram menores relações das aves não desafiadas nos níveis 0%, 0,17%, 0,24% e 0,32% de suplementação de IMP. Pode ser observado um efeito de níveis (P<0,05) para a contagem de heterofilo, e quanto maior a suplementação de IMP, maior é a população desta célula, como também para desafio sanitário para a contagem de heterofilos, linfócitos, monócitos, eosinófilos, basófilos e H:L dos frangos de corte suplementados com IMP e o aumento de contagem de heterofilos, eosinófilos, basófilos e H:L e a diminuição de linfócitos e monócitos. Para a contagem de oocistos de Eimeria spp. Nos dias pós-infecção 11 e 14 pode ser observado efeito para níveis de suplementação de IMP (P<0,05) e mesmo com o grupo desafiado apresentar maior quantidade de oocistos, pode-se observar menor quantidade conforme houve aumento dos níveis de suplementação. A imunoglobulina A (IgA) apresentou efeito para níveis de suplementação (P<0,05), e pode ser observado aumento de IgA tanto para as aves desafiadas como as não desafiados com o aumento da suplementação de IMP na dieta. A suplementação de IMP em dietas de frangos de corte influenciou positivamente no desempenho de aves desafiadas a partir de 0,24% para o GP e 0,12% para a CA e redução de oocistos a partir de 0,12% de suplementação, melhorando o sistema imune independente do desafio sanitário. Assim, pode-se concluir que os nucleotídeos AMP, GMP e IMP podem proporcionar melhoras nos índices zootécnicos, sistema imunológico e saúde intestinal.