A ranicultura tem despertado o interesse de novos produtores no Brasil por representar uma grande oportunidade de negócio. É uma carne exótica, com elevado teor de proteínas e excelente perfil de aminoácidos essenciais. Contudo, é uma espécie pouco explorada pela indústria de nutrição animal e pelo campo de pesquisa, não havendo, no mercado, ração própria, nem preconização de exigências nutricionais para a espécie. Assim, é indicada, na fase de desempenho, a ração para peixe carnívoro, com alto teor de Proteína Bruta (PB). Entre as fontes de PB que podem ser utilizadas na ração animal, a mais comum é o farelo de soja, contudo, há outras alternativas, entre elas a farinha de inseto (FI). A farinha de inseto é um alimento rico em PB, podendo chegar a teores mais elevados que o do farelo de soja, e possui um perfil mais completo em aminoácidos essenciais quando comparado ao farelo de soja. Objetivou-se, com este trabalho, avaliar o efeito da inclusão da farinha de insetos (Nauphoeta cinerea) na dieta de rãs-touro (Lithobates catesbeianus) sobre parâmetros de desempenho e bioquímicos. Para isso, 32 rãs-touro, com peso médio inicial de 142,1g (±48,12g), foram distribuídas em um delineamento inteiramente casualizado em quatro tratamentos, sendo oito repetições por tratamento, que consistiam da inclusão de teores de FI (0%, 12,5%; 25% e 50%, em base da Matéria Seca) em uma ração comercial para peixe. Inicialmente a ração foi triturada e adicionaram-se os teores de FI nos níveis desejados, então a ração foi umedecida e novamente peletizada para ser ofertada aos animais. O experimento de desempenho teve duração de 36 dias. Os animais foram pesados no início e no final do período e a oferta de sobra de alimento foi mensurada diariamente para avaliação do consumo de ração. Ao fim do período de desempenho, os animais foram insensibilizados e eutanasiados, seguindo preconizações de bem-estar animal. Tiveram sangue e vísceras coletadas para posterior análise dos parâmetros bioquímicos (proteína plasmática total, albumina, globulina, triglicérides e colesterol) e histológico (vilosidade intestinal). Não houve diferença significativa (P < 0,05) para peso final, consumo de ração e comprimento de vilosidade intestinal com a inclusão de FI. Foi observada uma diferença significativa (P < 0,01) para a variável ganho de peso médio (GPM), sendo que os animais do tratamentos com 25% de FI obtiveram maior GPM (81,4g) quando comparados ao tratamento 0% (55,6g) e 50% (70,1g) de FI, não diferindo dos animais que ingeriram 12,5% FI (79,4). A concentração de proteína plasmática total foi significativamente menor (P = 0,03) para animais que consumiram ração com 50% de FI (3,6g/dL) quando comparado aos tratamentos com 0%, 12,5% e 25% de FI (3,9; 5,5 e 4,5g/dL, respectivamente), mas todas as concentrações estão dentro da variação aceitável para a espécie. Conclui-se que a inclusão de FI na dieta de rã-touro é uma alternativa de ingrediente proteico promissor para o segmento de nutrição animal.