INTRODUÇÃO: Atualmente a incontinência urinária (IU), que é qualquer tipo de perda
involuntária de urina, é considerada um problema mundial, e estima-se que
aproximadamente 200 milhões de pessoas são afetadas, e por outro lado, a
constipação intestinal (CI) que é definida pela dificuldade ou a insuficiência na
eliminação das fezes, muito embora seja listada como fator de risco para a IU,
apresenta resultados inconsistentes ou contraditórios na literatura. Estes fatos
acabam sugerindo que novos estudos sejam realizados com esse foco. OBJETIVO:
identificar a frequência de constipação intestinal funcional em mulheres com
incontinência urinária. MATERIAIS E MÉTODO: estudo tipo exploratório descritivo de
corte transversal com abordagem quantitativa, realizado entre setembro de 2019 a
janeiro de 2020 no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná. Foram
incluídas mulheres acima de 18 anos com sintomas de IU, e avaliadas a partir da
aplicação de três instrumentos: questionário sociodemográfico e de saúde geral,
questionário de hábito intestinal, baseado nos critérios Roma VI e na Escala de Bristol,
e o ICIQ-SF (International Consultationon Incontinence Questionnaire - Short Form).
Para análise de associação da CI com as variáveis levantadas, foram utilizados os
testes de ��
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, Exato de Fischer, t de Student para medidas independentes e U de
Mann-Whitney, com nível de significância de 5%. RESULTADOS: foram avaliadas
227 mulheres, com idade média de 60,33 ±12,26 anos, observou-se frequência de
80,2% (n=182) para constipação intestinal. As porcentagens de incontinência urinária
mista foram maiores tanto para o grupo com CI (88,5%) (n=161) quanto para o grupo
sem CI (82,2%) (n=37) em relação às de esforço e urgência. A única variável que
apresentou significância estatística no teste de correlação foi a atividade física, que
após análise de regressão se apresentou como fator protetivo para o desenvolvimento
de CI. Observou-se que no grupo com CI apenas 22,5% (n=41) das mulheres
praticavam atividade física regularmente. Em relação ao ICIQ-SF Score, o grupo com
CI apresentou o escore médio mais alto entre os grupos (14,68 ±4,27). CONCLUSÃO:
o achado deste estudo foi de alta ocorrência de CI, confirmando que essa é uma
condição frequente na mulher com IU, além de demonstrar o impacto negativo da CI
quando associada ao quadro de IU na mulher.