INTRODUÇÃO: Sabe-se que o Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) repercute na
saúde dos indivíduos e é sustentado por uma rede de múltiplos fatores que culmina nas
suas diversas consequências crônicas, como sintomas de dor, fadiga, alterações no padrão
de sono e mudança no humor. OBJETIVO: refletir sobre as interrelações entre os
parâmetros de sono, de fadiga e da dor em pacientes com LES, assim como, buscar novos
marcadores que podem influenciar os seus comportamentos, como o humor, o ritmo de
atividade-repouso e a exposição a luz. METODOLOGIA: O desenho da pesquisa
caracteriza-se como estudo observacional transversal tendo como ponto de coleta as
residências dos pacientes (para os pacientes limitados fisicamente) e o Laboratório de
Neurobiologia e Ritmicidade Biológica (LNRB) da UFRN, onde foram aplicados 8
questionários validados, divididos em 2 etapas intercaladas pelo uso do Actímetro em 2
grupos de mulheres, com e sem o diagnóstico de LES. Foram realizadas as análises
estatísticas descritivas das variáveis obtidas, incluindo a determinação da característica
da distribuição de cada variável e posteriormente a análise estatística inferencial com
intuito de buscar as diferenças entre os grupos e as relações entre as variáveis acima
citadas. RESUTADOS: 46 variáveis foram analisadas com a finalidade de esclarecer o
cenário vivenciado por portadores de Lupus Eritematoso Sistêmico. Foram encontradas
diferenças entre os grupos para as variaveis de dor, fadiga, qualidade do sono, jetlag
social, depressão, variaveis de exposição a luz e amplitude relativa do ritmo de atividaderepouso. Foram encontradas, no grupo lúpico, associação entre fadiga e dor, bem como
entre dor e sono, porém o mesmo não aconteceu para fadiga e son, sendo a fadiga
justificada pelo estresse percebido. Apenas variáveis subjetivas do sono se associaram ao
nivel de atividade da doença e o despestares foram preditivos para a eficiencia do sono.
Variaveis do ritmo de atividade e repouso se associaram a variaveis de sono, mas apenas
o L5 foi variável preditora para a duração do sono. A ansiedade foi capaz de predizer a
atividade da doença e esta por sua vez foi a responsavel pelo comportamento das
variaveis subjetivas de dor. CONCLUSÃO: Os achados nos demonstram que é
importante considerar variaveis cronobiológicas, de exposição a luz, ritmo de atividaderepouso e ciclo sono-vigilia, na terapêutica dos pacientes com Lúpus Eritematoso
Sistêmico e que o controle do humor contribua na modulação da atividade da doença.