O concreto permeável é caracterizado pela presença de vazios interconectados,
apresentando porosidade, entre 18% a 35%, que resulta em resistências à
compressão na faixa de 2,8 a 28 MPa, de modo a permitir a passagem de água
através da matriz de concreto, mantendo uma permeabilidade de 0,14 a 1,22 cm/s.
Em função da baixa resistência mecânica seu uso limita-se, à pavimentos em áreas
de veículos leves, estacionamentos, elementos de drenagem, passeios e calçadas.
Esta dissertação visou determinar experimentalmente as propriedades mecânicas
e hidráulicas deste tipo de concreto para diferentes dosagens de matérias-primas
e níveis de compactação. A fase experimental foi dividida em 2 etapas, na etapa
preliminar foram definidas a faixa granulométrica dos agregados graúdos, o
tratamento de superfície do topo e base dos CPs e foi possível validar o processo
de confecção das amostras de concreto permeável. Na segunda etapa foram
variados a relação água/cimento (a/c) em 0,35, 0,30 e 0,265 e o método de
adensamento, onde as amostras foram adensadas pela compactação por meio da
queda de soquete padrão de 4,5 kg a 15 cm de altura. Avaliou-se as propriedades
dos concretos permeáveis para 5, 15 e 26 golpes do referido soquete padrão.
Todas as misturas ensaiadas atenderam à faixa de resistência preconizada pelo
ACI, que deve estar compreendida entre 2,8 a 28 MPa. A mistura M2-c,
confeccionada com a menor relação água/cimento (a/c=0,265), obteve a maior
resistência à compressão axial. Em valores percentuais o ganho de resistência à
compressão em relação ao menor valor encontrado (M2-a) foi de 8,2% e 4,7% para
as dosagens M2-c e M2-b, respectivamente. Os resultados de permeabilidade para
as dosagens M2-a, M2-b e M2-c foram muito próximos entre si, compreendidos
entre 0,637 a 0,656 cm/s, e obedecendo aos parâmetros do ACI, que estipula um
coeficiente K entre 0,14 a 1,22 cm/s, para concretos permeáveis. Quanto ao
adensamento, as amostras compactadas com 26 e 15 golpes do soquete padrão
revelaram um ganho de resistência à compressão axial de 86% e 67%,
respectivamente em relação ao nível mais baixo de energia, no caso 5 golpes. E,
mantendo os parâmetros de massa específica e permeabilidade dentro dos limites
estabelecidos pelas normas de referência adotadas neste estudo. Quando se
compara a resistência à compressão axial à mistura M2-c, cujo processo de
compactação foi realizado a partir da haste de adensamento, tem-se um ganho de
9%, 82% e 103% para as misturas onde foram aplicados respectivamente, 5, 15 e
26 golpes. Por fim, a partir das dosagens analisadas pode-se afirmar que a mistura
M2d-26, caracterizada por uma relação a/c=0,265 e compactação com 26 golpes
por camada, foi a que obteve o melhor desempenho, atendendo à permeabilidade
mínima e mantendo-se dentro das faixas aceitáveis de massa específica e
porosidade e obtendo a maior resistência à compressão axial das misturas
ensaiadas neste estudo.