Devido à similaridade orgânica ao homem, suínos são utilizados como modelos
8 experimentais. Os explantes ex vivo são promissores na avaliação de xenobióticos no
9 organismo. Assim, objetivou-se avaliar os efeitos da fumonisina (FB1), acetaminofeno
10 e do ácido fítico (IP6) utilizando-se o modelo de explante hepático de suínos. Foram
11 realizados dois experimentos, nos quais foram analisados: resposta ao estresse
12 oxidativo, morfologia e biomarcadores hepáticos. O experimento (E1) avaliou o efeito
13 de IP6 (5mM) nos explantes expostos ao acetaminofeno (20mM). Utilizou-se nove
14 suínos de terminação provenientes de frigoríficos (grupo experimental 1 - GE1) e seis
15 suínos com 40 dias (grupo experimental 2 - GE2), estes eutanasiados. Os explantes
16 (8 mm) passaram pelos seguintes tratamentos durante quatro horas: controle 4h
17 (somente meio); IP6 (5mM); acetaminofeno (20mM) e IP6 + acetaminofeno. Explantes
18 não incubados (Ctrl 0h) foram colhidos para comparação com incubados (Ctrl 4h). Os
19 sobrenadantes foram colhidos após 1/2h, 2h e 4h de incubação para análise de
20 biomarcadores (ALT, AST, FA, GGT, proteína e colesterol). Após 4h, (3/tratamento)
21 foram fixados, processados para análise histológica ou congelados (2/tratamento) a -
22 80ºC, para avaliação do estresse oxidativo: substâncias reativas ao ácido
23 tiobarbitúrico (TBARS), tetrazólio de nitroazul (NBT), capacidade antioxidante por
24 meio da glutationa reduzida (GSH), potencial de redução do ferro (FRAP) e
25 capacidade de eliminação de radicais livres (ABTS). Para GE1 e GE2, na presença
26 de IP6, observou-se atividade enzimática menor de GGT e FA em relação ao controle.
27 Com acetaminofeno, a atividade enzimática (FA, AST, ALT), PT e colesterol reduziram
28 comparado ao controle. Para o GE2, notou-se queda de FA e ALT para acetaminofeno
29 mais IP6 em relação ao controle. Os explantes incubados apenas com meio de cultura
30 (Ctrl 4h) apresentaram aspectos histológicos similares aos não incubados (Ctrl 0h).
31 Assim, a incubação não interferiu na integridade do tecido. Para o ensaio TBARS
32 (GE1), ocorreu diferença entre controle 4h e acetaminofeno, menor para este último.
33 Estes achados indicam que provavelmente não houve peroxidação lipídica nos
34 explantes expostos ao acetaminofeno. Houve redução da GSH no grupo exposto ao
35 IP6. Para o GE2, houve aumento da capacidade antioxidante (GSH, FRAP e ABTS)
36 do grupo acetaminofeno comparado com controle 4h, IP6 e acetaminofeno acrescido
37 de IP6 e para o NBT diferença entre controle 4h e acetaminofeno, maior para este
38 último, indicando possível lesão oxidativa. No segundo experimento (E2), a
39 metodologia foi similar ao primeiro, sendo os explantes submetidos aos tratamentos:
40 controle 0h; controle 4h; IP6 (5mM); FB1 (100 μM); FB1 + IP6. Não houve diferença no
41 escore da lesão entre GE1 e GE2. Para o GE1 e GE2, os tratamentos IP6 e FB1 + IP6
42 diminuíram a atividade de FA em relação ao controle e FB1. Quando o IP6 foi
43 adicionado ao FB1, reduziu a atividade de ALT e PT comparado ao FB1 e ao controle.
44 Para o GE1 e GE2, a FB1 induziu ao aumento de GSH comparado ao IP6 e controle,
45 respectivamente, enquanto a incubação com FB1 + IP6 dimininui GSH em
46 comparação ao FB1. Os resultados obtidos evidenciaram uma ação protetora do IP6.
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