A proteína animal mais consumida no mundo é a carne suína. O aumento por informações de como se produz a carne, faz parte das queixas dos consumidores, pelas preocupações envolvendo o bem-estar animal. As agroindústrias têm buscado atualizar as técnicas de produção com o intuito de atender os consumidores e melhorar a palatabilidade e o sabor da carne. Um dos objetivos na suinocultura é a ausência de substâncias residuais na carne, oriundas dos hormônios esteroides, naturalmente produzidos a partir do quinto mês de vida, onde se inicia a maturidade sexual e que diminui a qualidade do produto final. As técnicas usuais para castração de suínos estão sendo substituídas por novos modelos, com a finalidade de não causar sofrimento aos animais, dentre elas, a castração química que vem sendo estudada como alternativa para diminuir custos aos produtores, além do que, é considerada técnica de fácil execução e que respeita o bem-estar dos animais. Ao cravo da índia (Eugenia caryophyllata) são atribuídos diferentes potenciais terapêuticos, dentre eles há o relato de ser esterilizante químico. O objetivo deste estudo foi avaliar o potencial efeito esterilizante do óleo de cravo da índia (Eugenia caryophyllata) em suínos, afim de oferecer uma alternativa de baixo custo, facilidade de execução e que sigam as diretrizes do bem-estar animal. Foram selecionados ao acaso 20 suínos, sem raça definida do setor de suinocultura da Universidade Paranaense, divididos em quatros grupos contendo cinco repetições cada. Foram administrados aos sete dias de vida dos animais, inicialmente analgésico meloxicam e anestésico local lidocaína 2% para analgesia preemptiva, e na sequência, óleo de cravo da índia em dois grupos tratamentos nas doses/volume de 0,07mL/kg (G1) e 0,3mL/kg (G3), e solução fisiológica em dois grupos controles no volume de 0,07mL/kg (G2) e 0,3mL/kg (G4), a via de administração foi a intratesticular bilateral em todos os grupos. Após 60 dias os animais foram sedados, anestesiados e então submetidos a orquiectomia bilateral. Os testículos foram coletados para processamento histológico. Os animais foram acompanhados clinicamente durante 10 dias, tendo sido realizada a limpeza das feridas. Nas avaliações histopatológicas, foram observadas as estruturas da túnica albugínea, septos testiculares e lóbulos testiculares neles sendo avaliados as estruturas dos túbulos seminíferos, as células intersticiais e de sustentação. Foram também avaliadas as estruturas do mediastino testicular, rede testicular, ducto deferente e epidídimo. Não foram observadas nenhuma alteração clínica digna de nota, após aplicação do óleo essencial de cravo da índia, como também após ao procedimento de orquiectomia. A histopatologia revelou que nenhum dos agentes utilizados foram capazes de induzir esterilização química dos animais, onde todas as estruturas avaliadas encontravam-se preservadas. Conclui-se que a técnica de castração química testada é de fácil execução, porém, o óleo essencial de cravo não foi capaz de induzir esterilização nos animais no modelo adotado para o estudo, podendo atribuir este resultado a imaturidade dos animais. Sendo assim, acredita-se serem necessários novos estudos para esclarecimentos sobre o agente esclerosante utilizado e se o efeito pode ocorrer quando os animais estiverem entrando na maturidade sexual.