O consumo de frutas tem sido relacionado com a prevenção de algumas doenças e os benefícios à saúde associados ao seu consumo podem estar diretamente ligados à presença de compostos com propriedades antioxidantes. Deste modo, o objetivo do trabalho foi avaliar a capacidade antioxidante (CA) e a composição química, incluindo composição proximal, minerais, vitamina C, antocianinas totais (AT), fenólicos totais (FT) e composição de ácidos graxos presentes na parte comestível e não comestível de acerola e pitanga para posterior formulação de uma água aromatizada rica em antioxidantes. Todas as partes das frutas apresentaram valores significativos de minerais e vitamina C, sendo que a polpa de acerola destacou-se pelo alto valor encontrado de vitamina C, 1872,99 mg 100 g-1 de polpa. Dois solventes extratores, água quente e etanol, foram utilizados na extração dos compostos com propriedades antioxidantes presentes nas frutas. O extrato etanólico da polpa de acerola apresentou maior conteúdo de FT (711,01 mg 100 g-1) comparado ao extrato aquoso da mesma parte (525,39 mg 100 g-1), no entanto o contrário foi observado para a polpa de pitanga, onde o extrato aquoso (87,91 mg 100 g-1) apresentou maior capacidade antioxidante que o extrato etanólico (78,86 mg 100 g-1). Para as duas sementes analisadas, o etanol foi mais eficiente na extração dos compostos fenólicos do que a água quente. A CA dos extratos das frutas foi determinada pelos métodos de DPPH, ABTS+, FRAP e ORAC. Para a acerola, os extratos etanólicos de ambas as partes apresentaram maior CA através de todos os métodos aplicados. Com relação à pitanga, os extratos aquosos da polpa apresentaram maior CA comparada aos extratos aquosos epara as sementes o contrário foi constatado. Entre os ácidos graxos quantificados nas diferentes partes das frutas, os ácidos palmítico (PA, 16:0), oleico (AO, 18:1n-9), linoleico (LA, 18:2n-6) e alfa-linolênico (LNA, 18:3n-3) foram os majoritários. As polpas de acerola e pitanga apresentaram valores ideais da razão n-6/n-3, 1,02 e 1,07, respectivamente. As razões n-6/n-3 encontradas nas sementes foram superiores devido a maior quantidade do ácido linoleico. Duas formulações de água aromatizada foram preparadas a partir do extrato aquoso de acerola. A formulação I (FI) foi preparada através da adição de 0,25% do extrato de acerola em água deionizada. A formulação II (FII) foi preparada através da combinação de 0,25% do extrato aquoso de acerola, 0,25% ácido ascórbico e 0,1% de ácido cítrico em água deionizada. As formulações foram armazenadas em três diferentes ambientes, natural, geladeira e congelador e foram avaliadas nos tempos 0, 5, 10, 20 e 30 dias através das metodologias de FRAP e DPPH. A capacidade antioxidante de ambas as formulações diminuiu com o passar dos dias, sendo que esta diminuição foi menos acentuada na água aromatizada mantida no congelador. Com relação às características sensoriais, ambas as formulações apresentaram cheiro e gosto desagradável com o decorrer do tempo, sendo constatado que o consumo da água aromatizada deve ser realizado logo após sua preparação, além disso, evita a perda da capacidade antioxidante.